Antes do início nesta terça-feira da cúpula entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, o líder norte-coreano poderia realizar a libertação dos presos políticos e de consciência como um sinal, afirmou um responsável das Nações Unidas.

O encontro entre Donald Trump e Kim Jong-un está prevista para acontecer nesta terça-feira, às 9h (horário local, 22h de segunda-feira, no horário de Brasília), em Singapura. De acordo com a imprensa, esta cúpula abordaria questões como a relação entre Coreia do Norte e Estados Unidos, a paz na Península Coreana, desnuclearização da região, entre outros.

Para o relator especial da ONU para a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte, Tomas Ojea Quintana, a libertação dos presos políticos e de consciência por parte do regime de Pyongyang deveria ocorrer no seguimento da libertação, no mês passado, dos três cristãos norte-americanos que cumpriam pena no país.

Segundo assinala a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, ao falar com jornalistas em Genebra no fim de semana, Quintana pediu um “gesto concreto” da Coreia da Norte em relação aos presos políticos restantes no país, que seriam, de acordo com a ONU, mais de 80 mil.

Para a responsável das Nações Unidas, é necessário incluir esta questão no encontro entre Donald Trump e Kim Jong-un, pois “direitos humanos, segurança e paz” são temas que “estão ligados”.

A Fundação ACN indicou, porém, que atualmente é difícil saber quantas pessoas vivem nos campos de concentração na Coreia do Norte, sendo que estimativas apontam entre 100 mil e 200 mil presos.

No ano passado, Padre Philippe Blot, missionário francês que conhece a realidade deste país governado pela dinastia Kim, contou à ACN pormenores sobre o dia a dia de milhões de pessoas na Coreia do Norte. De acordo com ele, neste país, os cristãos são vistos como inimigos e sofrem as mais horríveis perseguições.

“A brutalidade dos guardas é o pão de cada dia destes prisioneiros que trabalham 16 horas, sofrem torturas atrozes e assistem a execuções dos mais recalcitrantes… De todos estes ‘prisioneiros políticos’, os que sofrem pior tratamento são os cristãos, considerados como espiões”, relatou.

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Dados de diversas associações humanitárias que desenvolvem trabalho junto dos que conseguem fugir da Coreia do Norte, assinalam que atualmente os cristãos detidos no país seriam entre 20 e 40 mil.

No último domingo, o Papa Francisco também falou sobre o encontro entre Donald Trump e Kim Jong-un, expressando o desejo de que esta reunião serja o primeiro passo para a paz na Península Coreana.

Após a oração do Ângelus na Praça de São Pedro, o Santo Padre pediu aos fiéis que rezassem pelos frutos desse diálogo.

“Desejo novamente transmitir ao amado povo coreano um pensamento particular de amizade na oração. Que o diálogo que acontecerá nos próximos dias em Singapura possa contribuir ao desenvolvimento de um caminho positivo, que assegure um futuro de paz para a península e o mundo inteiro. Por isso rezamos ao Senhor. Todos juntos, rezamos à Virgem Rainha da Coreia, para que acompanhe este diálogo”, afirmou o Pontífice.

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