Roma, 14 de jun de 2018 às 06:00
O Patriarca Caldeu da Babilônia, Dom Rafael Sako, um dos novos cardeais que o Papa Francisco criará em 29 de junho, assegurou que, após a derrota do Estado Islâmico (ISIS) e a volta dos cristãos à Planície de Nínive, é necessária “uma nova pastoral”.
Em uma entrevista concedida a Vatican News, Dom Sako indicou que este tema foi abordado em um recente retiro espiritual para 80 membros do clero do rito católico caldeu.
O Patriarca Caldeu da Babilônia disse que “foi um momento muito forte para nós”, pois falaram sobre como aplicar “uma nova pastoral aos cristãos iraquianos” ante a situação que o país vive.
“Não basta que as pessoas voltem, precisamos que estejam no lugar e dar-lhes esperança, ajuda espiritual, moral e material”, assinalou.
Consultado por Vatican News sobre se haverá “um novo começo” para os cristãos no Iraque depois de 15 anos de conflito, da expulsão do ISIS e do repovoamento da Planície de Nínive, Dom Rafael Sako manifestou: “Eu acho que sim”.
“Estas pessoas tiveram paciência, mas também fé, para suportar essas dificuldades, e hoje as ruas estão abertas para que eles voltem para suas casas”, disse.
A nova situação para os cristãos no Iraque, indicou, “é um sinal de esperança para os cristãos e eles também devem ser um sinal de esperança para todos os iraquianos”.
O Prelado disse que após as eleições parlamentares no país árabe no último dia 12 de maio, o “Iraque espera a formação de um novo governo. Esperam um governo não sectário, um governo onde todos os componentes sejam representantes”.
“Mas há problemas, há negociações entre eles. Estamos esperando. Faremos tudo o que for possível para ajudar os iraquianos a sair desta tensão”, afirmou o Prelado.
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Sobre a recuperação e pacificação do país, comentou que no próximo Sínodo da Igreja Caldeia – a ser realizado entre os dias dia 7 e 13 de agosto – alguns temas da agenda serão sobre a questão da sede vacante na Arquieparquia de Mossul após a invasão do Estado Islâmico e a necessidade de outro Bispo Auxiliar em Bagdá.
“Precisamos de formação para o nosso clero, para os religiosos e religiosas. Falaremos sobre como ativar nossas dioceses em diáspora, como ajudar o clero e os fiéis a não perderem a sua própria identidade e as suas tradições quando estão fora do país”, disse a Vatican News.
Além disso, discutirão “sobre como seguir ajudando as pessoas a voltar para seus lares e continuar a restaurando as casas”.
Por outro lado, Dom Rafael Sako assegurou que a sua futura criação cardinalícia “não é um prêmio que recebe do Santo Padre”.
“Acredito que é como um chamado, uma missão mais longa, mais aberta para trabalhar na promoção da cultura do diálogo, da paz, do respeito a todos”, expressou.
Assinalou também que, embora o Papa Francisco não possa estar no Iraque, “nós, bispos e patriarcas, devemos assumir este apelo à reconciliação, à estabilidade e ao respeito”.
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— ACI Digital (@acidigital) 26 de abril de 2018