Buenos Aires, 14 de jun de 2018 às 19:00
Os bispos da Argentina expressaram sua “dor” pela aprovação do projeto do aborto na Câmara dos Deputados na manhã de hoje; entretanto, incentivaram a “seguir lutando pela dignidade de toda vida humana”.
“Esta decisão causa uma profunda dor a todos os argentinos”, expressou em um comunicado a Comissão Executiva e a Comissão Episcopal de Leigos e Família da Conferência Episcopal Argentina (CEA) sobre a aprovação do projeto de lei do aborto, que passará agora ao Senado.
“Mas a dor pelo esquecimento e exclusão dos inocentes deve se transformar em força e esperança, para seguir lutando pela dignidade de toda vida humana”, exortaram.
Em seu comunicado, os bispos insistiram na necessidade de que “possa haver diálogo” no que resta do debate no Senado, pois “a situação das mulheres ante uma gravidez inesperada, a exposição à pobreza, à marginalidade social e à violência de gênero, continuam sem resposta”.
Para os bispos, com esta aprovação, “simplesmente se soma outro trauma, o aborto. Continuamos chegando atrasados”.
Nesse sentido, indicaram que no Senado ainda existe a oportunidade de “buscar soluções novas e criativas a fim de que nenhuma mulher tenha que praticar um aborto”.
“Pode ser o lugar onde se elaborem projetos alternativos que possam responder às situações conflitivas, reconhecendo o valor de toda vida e o valor da consciência”, afirmaram.
Também advertiram que “viver o debate como uma batalha ideológica nos afasta da vida das pessoas concretas. Se somente buscamos impor a própria ideia ou interesse e silenciar outras vozes, continuamos reproduzindo a violência no tecido da nossa sociedade”.
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Em seu comunicado, os bispos reconheceram as “fraquezas em nosso trabalho pastoral: a educação sexual integral em nossas instituições educacionais, o reconhecimento mais pleno da dignidade comum da mulher e do homem, e o acompanhamento às mulheres que estão expostas ao aborto ou que viveram este trauma”.
“Todos estes são alertas da realidade que pedem uma resposta da Igreja”, assinalaram.
Finalmente, agradeceram a todas as pessoas que expressaram as suas ideias no debate e a “honestidade e coragem de todos que, em diferentes âmbitos da sociedade, defenderam o valor de toda vida e, de modo particular, aos legisladores que manifestaram esta visão”.
“Com humildade e coragem, pretendemos seguir trabalhando no serviço e cuidado da vida”, sublinharam os bispos.
“Que Maria de Luján, que conheceu a incerteza de uma gravidez inesperada, interceda pelo povo argentino, especialmente por todas as mulheres que estão esperando um filho e por todos os meninos e meninas que estão no útero da sua mãe”, conclui o comunicado.
Confira também:
Deputados aprovam lei do aborto na Argentina https://t.co/fmz7TEearI
— ACI Digital (@acidigital) 14 de junho de 2018