Durante sua visita a Genebra (Suíça) no próximo dia 21 de junho, o Papa Francisco encontrará com uma delegação de cristãos da Coreia do Norte.

O Pontífice visitará a cidade suíça por ocasião dos 70 anos da fundação do Conselho Ecumênico de Igrejas (WCC, na sigla em inglês), o qual atualmente inclui cerca de 348 denominações que reúnem mais de 600 milhões de cristãos de 120 países.

A diretora do WCC, Marianne Ejdersten, confirmou através de Vatican News o encontro de Francisco com os fiéis da Coreia do Norte.

Assinalou que na assembleia do WCC em Genebra – que acontecerá de 15 a 21 de junho – participam 150 membros do organismo e outros 200 convidados, entre os quais há “uma delegação do Sul e do Norte da Coreia. Todos farão parte da assembleia do WCC e participarão também do encontro em 21 de junho”.

Perguntada por Vatican News sobre o motivo da presença de uma delegação da Coreia do Norte, Ejdersten explicou que “o WCC tem ótimas relações com as Igrejas na Coreia do Sul e Coreia do Norte desde 1984. Por esse motivo, nós os convidamos”.

Está previsto que o Papa Francisco chegue a Genebra às 10h10 (hora local) e se encontre com o presidente da Confederação Suíça, Alain Berset.

Em seguida, às 11h15, realizará a sua primeira homilia durante uma oração ecumênica no Centro do Conselho Ecumênico das Igrejas. Após a cerimônia, Francisco almoçará com os representantes do WCC.

Às 15h45, será realizado o Encontro Ecumênico, no qual o Pontífice pronunciará um discurso.

Depois do encontro, o Santo Padre celebrará a Missa no centro de convenções Palexpo. Às 20h, Francisco partirá a Roma (Itália).

Coreia do Norte: o país onde os cristãos são mais perseguidos

O Papa Francisco acompanhou com interesse a situação da Coreia do Norte, no marco das reuniões realizadas recentemente entre o líder desta nação, Kim Jong-un, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump; com o mandatário da Coreia do Sul, Moon Jae-in.

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No encontro histórico realizado em 12 de junho, em Singapura, Trump e Kim Jong-un assinaram uma declaração conjunta através da qual se comprometeram a estabelecer novas relações diplomáticas, repatriar os restos mortais dos prisioneiros de guerra, unir-se para construir um regime de paz na península coreana e realizar a desnuclearização completa da região.

Este acontecimento foi celebrado pela Igreja na Coreia, que lançou várias iniciativas para rezar pela paz entre as duas nações.

A organização Open Doors (Portas Abertas) assinalou em um relatório publicado no principio deste ano que a Coreia do Norte é o país onde os cristãos são mais perseguidos. A nação está em primeiro lugar na Lista Mundial de Perseguição (LMP) há 17 anos.

Open Doors indicou que o “Estado é o principal impulsor da perseguição na Coreia do Norte” e que os cristãos “são considerados elementos hostis na sociedade que precisam ser erradicados”.

“Reunir-se com outros cristãos para celebrar um culto é praticamente impossível e se alguns crentes se atrevem a fazê-lo, deve ser em segredo absoluto”, continua o documento.

Os fiéis da Coreia do Norte “não são apenas deportados para campos de trabalho como presos políticos ou inclusive assassinados no local, as suas famílias também sofrerão as mesmas perseguições. Os cristãos não têm nenhum espaço na sociedade, pelo contrário, adverte-se publicamente contra eles”.

Além disso, assinala que as igrejas em Pyongyang “só exercem mera finalidade de propaganda”.

A organização MásLibres.org também publicou em 2017 o testemunho de Hea Wo, uma cristã que fugiu da Coreia do Norte e afirmou que as autoridades “mataram muitas pessoas por acreditarem em Jesus”.

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