Roma, 20 de jun de 2018 às 13:00
O Arcebispo de Toamasina (Madagáscar), Dom Desiré Tsarahazana, um dos novos cardeais que o Papa Francisco criará em 28 de junho, denunciou que há um aumento de extremistas muçulmanos no país devido a uma “invasão” enviada do exterior.
Em entrevista à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), Dom Tsarahazana advertiu que no país africano “o aumento do islamismo é palpável! É visível! É uma invasão”.
Indicou que, “com o dinheiro dos países do Golfo e do Paquistão, compram as pessoas: há jovens que vão estudar na Arábia Saudita e quando voltam a Madagascar são como imãs”.
“Nós organizamos um encontro com os imãs para falar acerca da nossa preocupação, e um dos imãs era um ex-seminarista. Com certeza, ele não disse que o que o atraiu foi o dinheiro, mas isso aconteceu devido à pobreza que predomina aqui. Há uma verdadeira pressão”, comentou.
Nesse sentido, disse à ACN que existe um projeto para “construir mais de 2.600 mesquitas em Madagascar” e que “também fazem com que venham grupos de muçulmanos da Turquia, e este é um fenômeno que nos preocupa muito”.
“Entre uma e duas vezes por semana, a companhia aérea Turkish Airlines traz grupos de muçulmanos que se estabelecem no país. Inclusive no mesmo campo, não se sabe realmente o que estão fazendo lá, mas se acomodam e não voltam para o seu país. A população é pobre, mas o país é rico e imenso para 22 milhões de habitantes, por isso há espaço para eles”, manifestou.
Dom Tsarahazana expressou a sua preocupação porque deste fenômeno “ainda não se nota grande coisa, mas não se sabe o que trará no futuro. Estão começando a se estabelecer e, à medida que o número de fundamentalistas aumenta, nos perguntamos quando se mostrarão realmente como são, e isso nos inquieta”.
Como exemplo, o futuro cardeal assinalou que os muçulmanos estrangeiros costumam desembarcar na cidade de Mahajanga, casam-se com as mulheres malgaches e educam os seus filhos no islamismo radical.
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Além disso, assinalou que os extremistas também “dão dinheiro às mulheres para que usem o véu completo, a burka, na rua, a fim de mostrar a expansão do islamismo no país. E à noite, as mulheres colocam novamente as suas roupas normais”.
O Arcebispo de Toamasina assegurou à ACN que os bispos de Madagascar se reuniram em várias ocasiões com as autoridades para explicar esta situação, “mas não fazem nada, há muita hipocrisia e nos perguntamos se não estamos clamando no deserto”.
“Realmente, estamos sendo governados por almas corruptas”, lamentou.
O Prelado disse que os ataques contra os católicos e a população são “um fenômeno de insegurança, ainda está presente e é doloroso, tanto nas cidades quanto no campo”.
“As pessoas têm medo de trabalhar por causa da insegurança. E devido à injustiça, as pessoas fazem justiça com suas próprias mãos. O que predomina atualmente é a justiça popular. Como podemos ver, realmente há muitos desafios a serem enfrentados para colocar o nosso país em ordem”, indicou.
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— ACI Digital (@acidigital) 8 de abril de 2018