Roma, 21 de jun de 2018 às 17:00
Em 25 de julho de 1968, o Beato Papa Paulo VI publicou a encíclica Humanae Vitae sobre a regulação da natalidade, um documento profético que continua sendo atual após 50 anos do seu lançamento.
No último dia 12 de junho, os bispos da Polônia se reuniram em uma sessão extraordinária para comemorar este aniversário. O Arcebispo Henryk Hoser disse a respeito que “a voz da encíclica Humanae Vitae sobre os resultados de anticoncepção se revelaram como proféticos, pois Paulo VI justamente previu que a sua aplicação abriria o caminho fácil à infidelidade conjugal e à diminuição geral dos nascimentos”.
Em seu discurso, Dom Hoser acrescentou que a encíclica continua sendo atual, pois o Beato afirma que o amor conjugal, “carnal ou espiritual, deve combinar estas duas dimensões” e deve ser sempre um amor “privado de egoísmo. É uma forma especial de amizade entre as pessoas em mútua e plena devoção. Nem todo mundo sabe, inclusive aqueles que se casaram por amor”.
“Em terceiro lugar (este amor conjugal) é fiel e exclusivo até o fim da vida. Em quarto lugar, é um amor fértil que se dirige a sua extensão e o despertar de uma nova vida”.
Este último tema foi o centro das discussões do congresso internacional realizado no Centro Pastoral Paulo VI, em Brescia (Itália), em 7 de junho para formadores de instrutores sobre métodos de regulação natural da fertilidade.
Giancarla Stevanella, presidente da Confederação Italiana dos Centros (CIC) para os métodos de regulação natural da fertilidade, explicou à ACI Stampa - agência em italiano do Grupo ACI – que o evento se chamou “Humanae Vitae: a fecundidade de uma carta encíclica vinda do futuro”.
Participaram aproximadamente 250 instrutores da regulação natural da fertilidade, provenientes de vários países da Europa, da CIC e do Instituto Europeu de Educação Familiar.
“O evento foi vivido como um reconhecimento do Beato Paulo VI e do seu magistério pontifício, que deste então até Amoris Laetitia (do Papa Francisco) continua iluminando a consciência da Igreja e do mundo sobre o delicado tema da afetividade e da sexualidade”, destacou.
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Em sua opinião, foi “um espaço para converter reflexões e testemunhos sobre a íntima beleza da sexualidade à luz do Evangelho da vida e do amor conjugal em meio à cultura dominante”.
“Na verdade, agora em meio a uma cultura de relacionamentos efêmeros, é necessário oferecer aos casais a possibilidade de uma opção consciente em relação à maternidade e à paternidade responsáveis, pois neste mundo os métodos naturais estão sempre presentes e realmente respondem ao desejo de viver o amor no dom total de si mesmo”, indicou.
Para Stevanella, “o caminho educacional para uma maternidade e uma paternidade responsáveis requer enfrentar estes temas a partir de jovens com uma formação que se dirija ao conhecimento do próprio corpo, da sexualidade e da fertilidade”.
A encíclica Humanae Vitae alertou que entre as consequências de usar métodos anticoncepcionais estava o aumento da infertilidade conjugal, a degradação moral, a perda do respeito pela mulher e o uso desses métodos como políticas de Estado.
No parágrafo 17 do documento, o Beato assinala que “o homem, habituando-se ao uso das práticas anticoncepcionais”, pode acabar “por perder o respeito pela mulher e, sem se preocupar mais com o equilíbrio físico e psicológico dela, chegue a considerá-la como simples instrumento de prazer egoísta e não mais como a sua companheira, respeitada e amada”.
Confira também:
Por que a Humanae Vitae é essencial para a saúde pública? https://t.co/Mh6U6inlLD
— ACI Digital (@acidigital) 27 de fevereiro de 2018