O Papa Francisco fez um apelo a ajudar os cristãos do Oriente Médio, guardiões de um importante “dom profético”, e pediu uma generosidade na acolhida das pessoas que fogem da guerra, pois o seu testemunho tem um grande valor em um Ocidente secularizado.

O Santo Padre fez este apelo durante a audiência concedida aos participantes da Reunião das Obras de Ajuda às Igrejas Orientais (ROACO), que realiza nestes dias sua Assembleia Plenária, a qual, este ano, coincide com os 50 anos de sua fundação.

O Papa elogiou os diversos projetos promovidos pela Agência, “graças à generosidade de muitos fiéis do mundo inteiro”, que permitiram às Igrejas Orientais Católicas “se desenvolver e dar testemunho evangélico”.

Nesse sentido, sublinhou que este testemunho é duramente provado pelos cristãos orientais, “entre sofrimentos e perseguições, antes, por regimes totalitários e, depois, por formas de fundamentalismo e fanatismo, com pretexto religioso, e por intermináveis conflitos e migrações forçadas no Oriente Médio”.

“A solidariedade concreta que demonstraram foi dirigida às emergências das guerras e das migrações, mas principalmente souberam garantir a vida da Igreja, o trabalho pastoral e de evangelização, as obras sociais e assistenciais”.

Em seu discurso, o Santo Padre destacou a missão essencial das Igrejas do Oriente: “As Igrejas Orientais católicas são testemunhas vivas das origens apostólicas; elas são chamadas, de modo especial, a manter e difundir a centelha do fogo pentecostal”.

“São chamados a redescobrir todos os dias a mesma presença profética em todos os lugares onde são peregrinos. Começando por Jerusalém, Cidade Santa cuja identidade e vocação específica deve preservar, além das tensões e disputas políticas, a presença dos cristãos, como pequeno rebanho, obtém a força do Espírito para a sua missão de dar testemunho de Jesus Cristo, hoje mais urgente do que nunca”.

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Tendo presente esta missão dos cristãos em Jerusalém, o Pontífice incentivou: “Que os Lugares Santos, onde o desígnio de Deus se realizou com o mistério da Encarnação, Morte e Ressurreição de Cristo, possa brotar um renovado espírito de fortaleza, para animar os cristãos da Terra Santa e do Oriente Médio a compreender a sua vocação peculiar e testemunhar sua fé e esperança”.

Nessa missão dos “filhos e filhas das Igrejas Orientais Católicas”, tem um peso especial a responsabilidade de “manter seu dom profético e de anúncio do Evangelho de Jesus também em contextos cada vez mais secularizados do nosso Ocidente, onde chegam incontáveis migrantes e refugiados”.

Por isso, pediu que “possam ser acolhidos tanto no âmbito prático como no âmbito da vida eclesial, preservando e desenvolvendo o patrimônio das suas próprias tradições”.

Francisco terminou o seu discurso destacando que, “graças à atividade da ROACO, através de seus gestos de caridade para ajudar as Igrejas Orientais, o Sucessor de Pedro pode continuar sua missão de buscar percursos para a unidade visível de todos os cristãos”.

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