REDAÇÃO CENTRAL, 27 de jun de 2018 às 05:00
Diante das diversas manifestações de fé testemunhadas durante a Copa do Mundo Rússia 2018, o Arcebispo de Juiz de Fora (MG), Dom Gil Antônio Moreira, ressaltou que a competição vem mostrando que o coração humano deseja algo maior e que vai além da vitória, o que se encontra em Deus.
“São sinais inequívocos de que, além das disputas esportivas, além do desejo legítimo de ganhar o título e levar a taça, há no coração humano algo maior, mais importante, duradouro e invencível, que é Deus”, expressou o Prelado em artigo intitulado ‘Fé na Copa do Mundo’.
Dom Gil Moreira indicou que “não raras vezes” na competição assiste-se “expressões de fé e gestos de oração que aparecem nas telas da mídia”. Entretanto, ressalta, “certamente, muitas não são focalizadas e tantas são guardadas apenas no segredo da mente e no silêncio do coração”.
O Arcebispo citou alguns exemplos, como o momento em que, no dia 18 de junho, a seleção do Panamá, “que estreava no campeonato mundial, mesmo tendo sido derrotada pela Bélgica por três a zero, se ajoelha para rezar em ação de graças”. Este gesto foi repetido pela mesma equipe no dia 24 de junho, quando perdeu por 6 a 1 para a Inglaterra.
Sobre este “gesto bonito”, Dom Gil afirmou que o fez recordar “uma frase escrita numa quadra de futsal, na cidade de Divinópolis, onde, adolescente, fazia meu curso ginasial”. A inscrição dizia “Mais importante que vencer é competir”.
“Entendi, diante do gesto eloquente do time do Panamá, que competir já é vitória, pois estar ali é sinal de que se encontra entre os melhores do mundo. E quando vi que jogaram bem, mas não conseguiram fazer nenhum gol, concluí que mais vale a vitória da honra que o sucesso nas disputas, e que mais alto que as recompensas humanas, está a fé que nos faz superar momentos de eventuais derrotas no caminhar da vida”, observou o Prelado.
Segundo ele, “muitas coisas que parecem derrota, muitas vezes vão se revelar como vitória mais à frente”. “Quem é cristão entenderá bem isto, pois em Cristo tal fato se evidenciou inconteste”, sublinhou.
O Arcebispo se referiu ainda ao episódio também ao final do jogo entre Bélgica e Panamá, em que seus respectivos jogadores Romelu Lukaku e Fidel Escobar se ajoelharam no meio de campo para rezar.
“Certamente – assinalou – aqueles atletas receberam educação religiosa de suas famílias, e no coração percebem, desde a infância, que Deus está e deve estar sempre em primeiro lugar em tudo”.
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Nesse sentido, reforçou que “nada pode, de fato, se antepor a Deus em nossa vida e nem em nossas competições”.
Para o Prelado, “reveste-se de sacralidade também o gesto de solidariedade praticado pela Islândia”, que publicou uma foto de sua equipe com uma camisa estampada com o nome de do goleiro nigeriano Carl Ikene, o qual não pôde “ir à Copa da Rússia por causa de um câncer, contra o qual está lutando com pesados tratamentos”.
Dom Gil assinalou, então, que “São Paulo Apóstolo se serviu desta realidade para expressar sua firme convicção, ao fim do jogo da vida”.
“Escrevendo a Timóteo – citou –, professa: ‘Combati o bom combate, terminei minha corrida, guardei a fé. Desde agora, me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia, não somente a mim, mas também a todos os que tiverem esperado com amor a sua volta’”.
Assim, concluiu o Arcebispo, “também através das copas, Deus se manifesta carinhosamente aos seus filhos”.
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— ACI Digital (@acidigital) 25 de junho de 2018