LONDRES, 3 de jul de 2018 às 14:00
A Suprema Corte da Inglaterra confirmou a ordem do conselho municipal do distrito de Ealing, em Londres, que proíbe vigílias pró-vida no lado de fora da clínica de aborto Marie Stopes.
Em abril de 2018, o Conselho de Ealing implantou uma zona restritiva a 100 metros no entorno do centro Marie Stopes, depois que várias mulheres se queixaram de ser intimidadas pelos manifestantes. A Good Counsel Network, organização que realiza vigílias do lado de fora da clínica, negou ter cometido assédio.
Após a confirmação da Corte, vários ativistas pró-vida manifestaram tristeza porque se manterá a ordem de proteção do espaço público (PSPO) que penaliza oração, a entrega de folhetos ou qualquer ato que expresse alguma opinião sobre o aborto do lado de fora de uma clínica Marie Stopes.
“A proibição servirá apenas para impedir que as mulheres recebam ajuda e informações sobre as alternativas do aborto. As mulheres mais vulneráveis, como as que não têm os benefícios estatais ou auxílio-moradia, são as que mais perdem”, lamentou em 2 de julho Clare McCullough, diretora de Good Counsel Network à BBC.
Por sua parte, Alina Dulgheriu, uma mãe que recebeu ajuda em uma vigília pró-vida, disse ao Catholic Herald que lhe “entristece” e “surpreende” que a Corte “tenha apoiado uma PSPO que impede que as pessoas boas ajudem as mães que a desejam desesperadamente”.
“Fiquei surpreendida de que a evidência recolhida pelo juiz, de que não se trata de um ato criminoso, possa ser utilizada para criminalizar todo um setor da sociedade que tem uma visão do mundo ‘fora de moda’”.
Também disse que a Corte descartou os direitos humanos fundamentais como a liberdade de expressão.
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Elizabeth Howard, porta-voz da campanha ‘Be Here for Me’, disse que “esta decisão é um golpe grande para a liberdade de expressão e os direitos humanos neste país”, entretanto, “a luta pelos direitos humanos nunca foi fácil”.
“Embora haja mulheres que sentem que não têm outra escolha a não ser um aborto que não querem, faremos tudo o que for possível para chegar até elas”, acrescentou.
Além disso, Howard afirmou que diante das “restrições draconianas impostas pelo conselho, várias mulheres aceitaram a ajuda da vigília pró-vida”.
“Infelizmente, como resultado da PSPO, há centenas de mulheres vulneráveis que não tiveram a oportunidade de ter uma ajuda que muitas poderiam ter desejado. Esta decisão certamente não é o fim do testemunho pró-vida neste país”, acrescentou.
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— ACI Digital (@acidigital) 18 de junho de 2018