Pe. José Antonio Fortae, famoso teólogo espanhol autor de Summa Daemoniaca, escreveu uma carta aberta ao presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, classificando-o como “ditador” e advertindo sobre lançar “turbas contra os bispos”.

O sacerdote se referiu ao ataque que no dia 9 de julho, o Cardeal Leopoldo Brenes, Arcebispo de Manágua, Dom Silivio José Baéz, Bispo Auxiliar de Manágua, e Dom Waldemar Stanilaw Sommertag, Núncio Apostólico na Nicarágua, sofreram nas mãos de paramilitares pró-regime de Ortega.

“Estimado Daniel Ortega, ditador da Nicarágua: o senhor lançou a multidão contra os bispos. Uma turba bastante pequena, mas que compensava com violência a pequenez de seu número”, escreveu o sacerdote espanhol.

“Os bispos tentaram falar com a turba. Tentativa inútil. Nunca se pode argumentar cm uma turba que vocifera”.

Pe. Fortea recordou que “nosso Mestre nos diz, há quase dois mil anos: Quem a ferro mata a ferro morre”.

“Tenha cuidado, Daniel. Porque quem lança turbas contra os bispos, algum dia pode se encontrar cara a cara com o Povo, já totalmente descontrolado. E, asseguro-lhe que não poderá falar nem argumentar com uma turba”.

“A História nos demonstrou que se existe uma besta insaciável em sua crueldade é a massa humana cheia de fúria”, assinalou.

Pe. Fortea disse a Ortega: “O senhor é um ditador e sabe disso. Ninguém sabe disso melhor do que o senhor. Ninguém sabe como o senhor acabou com a democracia em seu país”.

“Quem melhor do que o senhor poderia nos explicar como conseguiu monopolizar todos os poderes, como conseguiu derrubar todas as barreiras constitucionais?”.

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O teólogo espanhol pediu ao presidente da Nicarágua que vá embora “para a casa que tem fora da que chama sua pátria”.

“É certo que se for, perderá uma fortuna. Já tem uma grande fortuna. Por que tanta ambição? Se se apega a sua fonte de ganâncias pessoais, algum dia pode comprovar que um povo oprimido se torna imprevisível. E em apenas um dia pode-se passar do despacho presidencial para um calabouço militar”.

“Com certeza o senhor acha que pode fazer como (Nicolás) Maduro na Venezuela. Mas não duvide de que há desígnios desconhecidos pelos quais o Senhor permitiu tal aberração na Venezuela”, disse.

Pe. Fortea disse a Ortega: “Não lhe desejo que enfrente a ira divina. Deixe seu povo livre. Liberte toda uma nação”.

“Despeço-me do senhor, desejando-lhe que não jogue a si mesmo em um abismo de poder e repressão, cujas chamas o perseguirão neste mundo e no outro”, expressou.

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