SANTIAGO, 19 de jul de 2018 às 08:53
Os jesuítas do Chile informaram que Pe. Carlos Aldunate S.J., exorcista e um dos diretores espirituais do Papa Francisco, morreu na quarta-feira, 18 julho, aos 102 anos.
A Companhia de Jesus no sul do país indicou que os funerais serão realizados nesta quinta-feira, 19 de julho às 14h, e depois será transferido para o cemitério Padre Hurtado.
O Papa Francisco e Pe. Aldunate se reencontraram no Santuário de Santo Alberto Hurtado, em Santiago (Chile), em 16 de janeiro, durante a visita do Santo Padre ao país.
"Estou feliz de reencontrar o Pe. Carlos! Ele foi o meu diretor espiritual em 1960, quando estava no seminário", disse o Pontífice no início do encontro.
Segundo informou ‘La Civiltá Cattolica’ sobre o encontro, o Papa compartilhou o conselho que Pe. Aldunate lhe deu e que nunca esquece: “Carlos era um auxiliar e era... o rei do senso comum. Ele aconselhava espiritualmente com muito senso comum. Uma vez, lembro que fui visitá-lo porque estava muito irritado com uma pessoa. Queria dizer-lhe quatro coisas. Ele me disse: ‘Tranquilo! Você realmente quer falar assim com ele? Experimente outros caminhos’. Esse conselho eu nunca esqueci e eu agradeço por isso agora”.
Pe. Carlos Aldunate Lyon nasceu em Santiago, em 1916. Foi ordenado sacerdote na Argentina, em 1944. Em 1948, obteve doutorado em filosofia na Universidade Católica de Lovaina (Bélgica).
Foi reitor do seminário jesuíta no Chile e de vários colégios no país. Foi professor da Pontifícia Universidade Católica do Chile, da Pontifícia Universidade Católica de Valparaíso e da Universidade do Norte, onde também foi reitor.
Realizou exorcismos e, desde 1975, dedicou-se a organizar retiros e cursos de espiritualidade no Chile e no exterior.
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Além disso, foi o iniciador da Renovação Carismática no Chile na década de 1970.
Pe. Carlos Aldunate é autor do livro ‘O demônio, doutrina e prática católica’. Em uma entrevista concedida ao Portal Luz, em 2011, o sacerdote explicou que escreveu depois “de um discurso de Paulo VI em 1972”, no qual o beato se referia à necessidade de lutar contra o diabo.
Na entrevista, Pe. Aldunate explicou que realizou exorcismos “devido à necessidade das pessoas. Se alguém suspeita que uma pessoa precisa de um exorcismo, pega o telefone e liga para o bispo para pedir autorização”.
Em sua opinião, o fato de um sacerdote poder fazer exorcismos “é uma obrigação de caridade. Muitos sacerdotes não fazem por falta de experiência ou porque não pensam nisso. Não sei como é a formação do clero em relação a isso atualmente”.
Confira também:
Um exorcista foi diretor espiritual do Papa Francisco https://t.co/8lfPk7tusM
— ACI Digital (@acidigital) 19 de fevereiro de 2018