NOVA DELHI, 19 de jul de 2018 às 16:00
A superiora geral das Missionárias da Caridade, Irmã Mary Prema Pierick, disse estão “profundamente doloridas e tristes” pela suposta venda de bebês que envolve uma religiosa que dirigia um de seus lares para mães solteiras na Índia.
“Embora expressemos nossa plena confiança no processo judicial em andamento, desejamos expressar nosso choro e o nosso descontentamento pelo que aconteceu e queremos expressar nossa condenação por ações individuais que nada têm a ver com a congregação das Missionárias da Caridade”, expressou em uma declaração em 17 de julho.
“Estamos cooperando totalmente com os investigadores e estamos abertos a qualquer investigação livre, equilibrada e justa”, acrescentou.
Nos dias 3 e 4 de julho, duas mulheres pertencentes às Missionárias da Caridade, uma religiosa e uma funcionária, foram presas pela suposta venda de um bebê. Trata-se de Anima Indwar, que trabalhava desde 2012 no lar Nirmal Hriday, na cidade de Ranchi, capital do estado indiano de Jharkhand, e a Irmã Concelia (Konsalia).
A Irmã Concelia era a religiosa responsável pela área de mães solteiras do lar desde junho de 2017. Por sua vez, Indwar era encarregada da tarefa de cuidar e encaminhar as mães solteiras, seus bebês e tutores ao hospital e ao escritório do Comitê de Bem-estar Infantil (CWC) quando as religiosas estavam envolvidas em outras tarefas.
Segundo Irmã Prema, vários oficiais de proteção infantil apreenderam os registros de admissão e assistência do lar Nirmal Hriday em 29 de junho, porque estavam interessados no caso de uma mulher chamada Karischma Toppo.
Karischma Toppo ingressou no lar Nirmal Hriday em 19 de março de 2018 e deu à luz seu bebê em 1º de maio. Depois de seu parto, Toppo declarou no registro do lar que entregaria seu filho ao Comitê de Bem-estar Infantil.
“Assim, a Sra. Anima Indwar, a Sra. Karishma Toppo e sua cuidadora levaram o bebê de Nirmal Hriday para entregá-lo. Nem o Nirmal Hriday nem as freiras podiam de qualquer maneira garantir que a criança fosse realmente entregue à CWC. E isso também porque o CWC normalmente não dão nenhum atestado à casa, depois de ter obtido a guarda de uma criança, filho de mãe solteira”, afirmou Irmã Prema.
Indwar admitiu no dia 3 de julho que o filho de Toppo não havia sido entregue ao Comitê de Bem-estar Infantil e foi presa.
Por outro lado, em um vídeo publicado no Twitter por ‘India Today’, a Irmã Concilia confessa ter "vendido dois bebês além deste. No total, foram três, um deles entregamos a uma pessoa".
Também disso que "ninguém na instituição de caridade sabia disso. Apenas Karishma e eu sabíamos. Não me lembro de onde os vendemos. Temos que ver os arquivos para comprovar”.
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A polícia afirma que três dos bebês já foram resgatados e continuam procurando o quarto.
O Ministério de Desenvolvimento da Mulher e da Criança da Índia instruiu os estados a inspecionar todos os lares de cuidado infantil administrados pelas Missionárias da Caridade.
Do mesmo modo, o chefe de polícia do estado de Jharkhand, D.K. Pandey, solicitou ao governo federal que congele todas as contas bancárias da congregação fundada em 1950 por Madre Teresa de Calcutá.
Em sua declaração, Irmã Prema disse que a congregação “se compromete a continuar com seu serviço aos mais pobres dos pobres, de coração e sem ônus, servindo aos necessitados e vulneráveis, mesmo entre as críticas infundadas e sem precedentes que enfrentamos hoje. Temos total confiança na lei e nos tribunais, nas investigações das autoridades e acreditamos que a justiça prevalecerá”.
“Rezamos por todos os que foram afetados pelos acontecimentos recentes e pedimos a Deus para abençoar todos aqueles que estão próximos a nós nestes momentos dolorosos e difíceis, confiando nossas orações a Deus para todas as pessoas de boa vontade”, acrescentou.
“Nossa Mãe, Santa Teresa de Calcutá, interceda por nós diante do Pai onipotente”.
Madre Teresa, de origem albanesa, fundou as Missionárias da Caridade em Calcutá, em 1950. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1979 e foi canonizada em 2016. Atualmente, há 5.167 irmãs Missionárias da Caridade ativas e contemplativas em todo o mundo. A ordem tem 244 casas na Índia.
Além dos votos de castidade, pobreza e obediência, as membros das Missionárias da Caridade fazem um quarto voto prometendo “um serviço gratuito e de todo coração aos mais pobres entre os pobres”.
Confira também:
Religiosa missionária da caridade confessa ter vendido bebês na Índia https://t.co/kZp4IMxzWW
— ACI Digital (@acidigital) 19 de julho de 2018