Diante de um cenário de crise polícia e econômica e também de violência que se vive na Venezuela, a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) lançou uma campanha internacional de oração de doações em prol deste país sul-americano.

Segundo a Caritas Internacional, cerca de quatro milhões de pessoas deixaram a Venezuela devido à grave crise econômica, marcada por uma grande escassez de alimentos e medicamentos, que vivem sob o regime de Nicolas Maduro, presidente desde 2013 e reeleito em 20 de maio nas eleições questionadas pela oposição e pela comunidade internacional.

Em uma recente exortação publicada ao fim de sua 110ª Assembleia Plenária, os Bispos venezuelanos indicaram que “a situação no país se tonar cada vez mais séria”, pois “a maioria da população não tem como enfrentar a hiperinflação monstruosa”.

Além disso, assinalaram que “a qualidade de vida dos venezuelanos, extremamente precária, piora a cada dia”.

Para os Prelados, “o principal responsável pela crise que estamos vivendo é o governo nacional, por sobrepor o seu projeto político a qualquer outra consideração, inclusive humanitária; por suas políticas financeiras erradas” e por “colocar obstáculos no caminho das pessoas que estão dispostas a resolver algum aspecto do problema atual”.

Na Venezuela, a crise de abastecimento se reflete não só na falta de alimentos, mas também de medicamentos, o causou o ressurgimento da difteria e o aumento dos casos de sarampo e malária, doenças que praticamente haviam sido erradicadas no país.

Além disso, a Venezuela terminou 2017 com uma inflação de 2,616% e uma queda do Produto Interno Bruto de 15%. Para o ano de 2018, o Fundo Monetário Internacional estima que a inflação na Venezuela será de 13.000%, a taxa mais alta do mundo.

Diante dessa realidade, muitos venezuelanos estão deixando o seu país. O principal destino dos milhões de migrantes é a Colômbia, entretanto, cresce o número dos que migram para o Brasil, onde têm como porta de entrada principalmente as cidades de Boa Vista (RR) e Pacaraima (RR).

Segundo dados divulgados nesta semana pela Casa Civil, cerca de 4 mil venezuelanos estão em nove abrigos no estado de Roraima. Além disso, 690 venezuelanos voluntários já foram levados para São Paulo (SP), Manaus (AM), Cuiabá (MT), Rio de Janeiro (RJ), Igarassu (PE) e Conde (PB). Está prevista também para a próxima semana nova viagem para Brasília, Cuiabá, Rio de Janeiro e São Paulo.

Somente entre 2017 e 2018, indica a Casa Civil, 127.778 venezuelanos entraram pela fronteira de Pacaraima (RR), dos quais cerca de 54% deixou o país, ou voltando para a Venezuela, ou seguindo viagem para outros destinos.

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Para prestar assistência a estes migrantes, a Igreja vem desenvolvendo diferentes projetos. Segundo informações do site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), há mais de 20 organizações ligadas as Igrejas que atuam em Boa Vista e Pacaraima.

Como a maior parte dos benefícios oferecidos pelos poderes públicos é destinada aos imigrantes que estão em abrigos, indica o site, “as iniciativas desses grupos e, especialmente das organizações católicas, tentam estender a mão para os que não conseguem lugar nos abrigos”.

Um apelo à oração e à caridade

Em diversas ocasiões, o Papa Francisco expressou sua preocupação em relação à Venezuela, manifestando sua proximidade e oração a este povo. No domingo de Pentecostes, em 21 de maio, por exemplo, dedicou “uma recordação especial” à “querida Venezuela” ao fim da oração do Ângelus.

“Peço que o Espírito Santo dê a todo o povo venezuelano, todos, governantes e povo, a sabedoria para encontrar o caminho da paz e da unidade”, disse na ocasião.

Indo ao encontro dessa preocupação do Pontífice, a Fundação ACN convoca todos a colaborarem com “uma campanha urgente de oração e apoio à Venezuela”.

Para colaborar, basta acessar o site: www.acn.org.br/noticias/a-venezuela-precisa-do-seu-apoio-e-de-suas-oracoes/.

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