Buenos Aires, 24 de jul de 2018 às 07:00
Joaquín Lavado Tejón, conhecido como “Quino”, desautorizou o uso da imagem de sua popular personagem Mafalda na luta pela vida e contra o aborto na Argentina, sublinhando que sempre acompanhou a causa "dos direitos humanos das mulheres".
Recentemente, viralizou nas redes sociais um desenho de Mafalda usando o lenço azul ao lado de uma foto de Quino e uma frase atribuída a ele. "Mafalda sempre estará a favor da vida, portanto, não coloquem nela um lenço verde, porque a sua cor é azul", diz a imagem.
O lenço verde é usado por aqueles que são a favor do aborto na Argentina, enquanto o lenço azul é usado por aqueles a favor da defesa da vida da mãe e do nascituro. Geralmente tem a frase "Salvemos as duas vidas".
Em 19 de julho, a conta de Facebook ‘Ediciones de la Flor’, que publica as tirinhas de Mafalda, divulgou um esclarecimento no qual Quino assinala: "Foram divulgadas imagens de Mafalda com um lenço azul que simboliza a oposição à lei de interrupção voluntária da gravidez. Não autorizei, não reflete a minha posição e solicito que seja removida".
"Sempre acompanhei as causas dos direitos humanos em geral, e especialmente as causas dos direitos humanos das mulheres, a quem desejo sorte em suas reivindicações", acrescenta o texto.
Por outro lado, a conta do Facebook Mafalda Oficial indicou que, com o seu esclarecimento, "Quino não se manifestou a favor nem contra a legalização do aborto. Somente, sempre e explicitamente a favor dos direitos das mulheres. Portanto, todas as manifestações que são atribuídas a respeito nas redes sociais não são próprias nem oficiais".
O projeto para a "interrupção voluntaria da gravidez" (aborto) foi aprovado em 14 de junho pela Câmara dos Deputados e agora está no Senado para a sua aprovação ou desaprovação final.
O projeto permitiria o aborto gratuito até a 14ª semana de gestação.
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Segundo esta norma, o aborto seria possível até nove meses de gravidez por motivos de violação, risco à vida e saúde da mãe e "inviabilidade fetal".
Além disso, nos casos de risco à vida e “saúde” da mãe, deixa aberta a possibilidade da eliminação de pessoas devido à sua deficiência.
Caso a lei seja aprovada, as menores de idade (16 anos) poderão realizar o aborto apenas com o seu consentimento, não será necessário informar os seus pais.
Em relação à objeção de consciência, só poderá pedi-la o profissional que tenha manifestado previamente ao diretor do seu centro médico “individualmente e por escrito”.
Não haverá objeção de consciência institucional e os estabelecimentos de saúde são obrigados a realizar o aborto se a mulher exigir como “atenção médica imediata”.
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— ACI Digital (@acidigital) 23 de julho de 2018