Roma, 29 de jul de 2018 às 07:52
A passagem do Evangelho da multiplicação dos pães e dos peixes é um convite relembrar que Jesus, assim como vimos no Evangelho do domingo passado, não se faz cego a nenhuma das nossas necessidades. Na sua alocução antes da oração do ângelus deste domingo, ao comentar o evangelho dominical, o Papa Francisco ressaltou como o Apóstolo João mostra Jesus atento às necessidades primárias das pessoas, como a necessidade do alimento, assim como ao profundo desejo de ouvir a Palavra da salvação que ele traz.
O Santo Padre ressaltou a figura do menino que oferece o pouco alimento que tinha para Jesus. “O menino que traz os pães e o peixe é corajoso e ele também tem compaixão, os jovens são assim, e nós devemos ajudá-los”, disse o Papa em seu discurso.
"O episódio - explica Francisco - deriva de um fato concreto: as pessoas estão com fome e Jesus pede participação dos seus discípulos para que essa fome seja satisfeita. Para as multidões, Jesus não se limitou a dar pão - ele ofereceu também a sua Palavra, a sua consolação, a sua salvação e finalmente a sua vida - mas ele certamente fez isto também: ele cuidou da comida para o corpo".
"Nós, seus discípulos - acrescenta o pontífice - não podemos fingir nada. Somente ouvindo as demandas mais simples das pessoas e permanecendo ao lado delas em suas situações existenciais concretas, podemos ser ouvidos quando falamos de valores mais elevados ".
Hoje assim como naquela ocasião - sublinha o Papa Francisco - "o amor de Deus pela humanidade, faminta de pão, liberdade, justiça, paz e acima de tudo a sua graça divina, jamais diminui. Jesus continua hoje a alimentar, a tornar-se uma presença viva e consoladora, e ele faz isso através de nós. O Evangelho nos convida a ser disponíveis e laboriosos, como o menino dos 5 pães e 2 peixes”,
“Diante do grito de todo tipo de fome por tantos irmãos e irmãs em todas as partes do mundo, não podemos permanecer como espectadores desinteressados e pacíficos. O anúncio de Cristo, pão da vida eterna, requer um generoso compromisso de solidariedade para com os pobres, os fracos, os últimos, os indefesos. Essa ação de proximidade e de caridade é a melhor verificação da qualidade de nossa fé", sublinhou.
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Jesus não joga fora o pão com o qual saciou a multidão, recordou o Pontífice, e convidou a "que cada um de nós reflita quanta comida em casa é jogada fora”. O Santo Padre sugeriu aos presentes que falassem com seus avós que viveram o pós-guerra e exortou: “não jogue fora a refeição que pode ser doada, nunca! É uma sugestão e também um exame de consciência!". E pediu que no mundo de hoje prevaleçam "os programas dedicados ao desenvolvimento, à alimentação, à solidariedade, e não aqueles de ódio, armamentos e guerra".
No final do Ângelus, o Papa recordou que amanhã é o Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas. "Esse flagelo - mais uma vez denunciou Francisco - escraviza muitos homens, mulheres e crianças com o objetivo de exploração trabalhista e sexual, do comércio de órgãos, da mendicância e da delinquência forçada, mesmo aqui em Roma! As rotas de migração também costumam ser usadas por traficantes e exploradores para recrutar novas vítimas de tráfico. É da responsabilidade de todos denunciar injustiças e se opor firmemente a este crime vergonhoso ".
O Santo Padre concluiu seu encontro com os peregrinos pedindo que não esqueçam a coragem daquele rapaz que levou a Jesus tudo que tinha para que ele fizesse o milagre e concluiu a audiência geral concedendo a todos a sua bênção apostólica.
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— ACI Digital (@acidigital) 23 de julho de 2018