Roma, 3 de ago de 2018 às 12:00
O uso generalizado de anticonceptivos causou o aumento da violência e da agressão contra as mulheres, ao fazer com que sejam consideradas objetos, advertiu Pe. Wojciech Giertych, teólogo da casa pontifícia durante uma visita à Austrália em meados de julho.
O sacerdote dominicano, nomeado ao seu cargo pelo Papa Bento XVI em 2005, disse que a mentalidade anticonceptiva distorceu a sexualidade masculina.
"A anticoncepção torna os homens egoístas. Faz com que muitos deles se degenerem e vemos as consequências disso", disse Pe. Giertych a ‘The Catholic Weekly’, jornal da Arquidiocese de Sydney.
O teólogo indicou que as estatísticas do governo na Itália revelaram que uma mulher foi assassinada a cada quatro dias entre 2009 e 2011; e que mais de 80% dos perpetradores eram parceiros das vítimas, como namorados, esposos ou ex-maridos.
Entretanto, advertiu que mais violência contra mulheres ocorre em outros países, como o México, onde seis mulheres são assassinadas todos os dias, conforme informou ‘L'Osservatore Romano’ em 2017.
O sacerdote indicou que, "quando se dá tanta importância à sexualidade, isto não causa felicidade final" e acaba funcionando como uma droga que constantemente exige mais e gera mais violência.
Além disso, indicou o sacerdote, a introdução da pílula anticoncepcional há aproximadamente 60 anos levou a um "inverno demográfico" em muitos países e a uma falta de interesse dos homens para o matrimônio e a paternidade.
Do mesmo modo, recordou que em 1968, tanto o Beato Paulo VI quanto o Cardeal Karol Wojtyla – futuro São João Paulo II – previram que a anticoncepção distorceria a sexualidade humana.
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São João Paulo, então Arcebispo da Cracóvia, fazia parte de um grupo de teólogos da sua arquidiocese que enviou um memorando para ajudar Paulo VI na preparação da encíclica Humanae Vitae. O memorando explicava que a anticoncepção gera egoísmo.
“O autodomínio, o dom próprio e o desinteresse são eliminados pelo prazer da experiência prazerosa, da satisfação dos sentidos ou da emoção. Tais atos não só não constituem o amor verdadeiro, mas quando se repetem, conduzem necessariamente à destruição do amor”, escreveu o futuro Papa.
Contra tais sentimentos, indicou Pe. Giertych, estão o respeito pela procriação e pela reciprocidade na vocação cristã, que finalmente leva à santidade que promove o crescimento do amor dos casais.
"O importante é crescer na caridade mútua e também na castidade que serve à caridade", acrescentou.
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— ACI Digital (@acidigital) 10 de janeiro de 2018