RIO DE JANEIRO, 15 de jul de 2005 às 11:52
Um novo caso de estranha movimentação de grandes somas de dinheiro, atribuído à coleta de dízimos de membros da seita brasileira “Igreja Universal do Reino de Deus”, registrou-se ontem, aumentando as suspeitas de diversos delitos que pendem sobre a mesma.
A Polícia Federal (PF) detectou em Belo Horizonte, que o deputado estadual George Hilton dos Santos, do Partido Frente Liberal (PFL), e o vereador Carlos Henrique, do Partido Liberal, transportavam sete malas com dinheiro que disseram ser de propriedade dessa seita.
A Polícia explicou que aos dois políticos lhes foi permitido continuar viagem em um avião fretado, sem contar o dinheiro que levavam, pois os agentes acreditaram sua versão de que o dinheiro procedia de doações de fiéis, como certificava um documento da instituição.
O caso se soma ao detectado na segunda-feira passada em Brasilia, onde o presidente da seita e deputado federal pelo PFL, João Cambraia foi detido junto a outras seis pessoas com seis malas em que transportavam dinheiro equivalente a quatro milhões de dólares.
Esse deputado declarou, e a entidade que preside confirmou, que se tratava de dinheiro recebido dos fiéis, que devem contribuir a esta dez por cento de seus ganhos.
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Hoje o Supremo Tribunal Federal (STF) negou um pedido da seita para que lhe devolvessem o dinheiro, que a PF depositou no Banco Central enquanto concluem as investigações a respeito.
Desde seus inícios, a seita fundada no Rio de Janeiro no ano 1977 pelo Edir Macedo, colocou como objetivo primordial a coleta de dinheiro daqueles a quem consegue enrolar. Em seus cultos misturam elementos do ritual católico com práticas evangélicas e ritos de magia e curanderismo provenientes do umbanda, incluída a bênção de água através de rádio e televisão, médios em que possui um verdadeiro empório. A “Igreja Universal do Reino de Deus” cresceu rapidamente entre a gente mais humilde e de menos instrução, estendendo-se logo não só por todo o Brasil, mas também por vários outros países.
Em 1992 o Bispo Macedo foi encarcerado temporariamente por fraude e em 1996 começaram a investigá-lo pela forma de arrecadar recursos, fraude no câmbio internacional de divisas, evasão de impostos e vínculos com o narcotráfico.
Mas além disso enfrenta investigações em outros oito países e o deputado detida na segunda-feira é investigada pelo Supremo Tribunal Federal, devido a figurar em cargos diretivos de cinco empresas de rádio e televisão pertencentes à seita, o qual está proibido pela Constituição brasileira