Buenos Aires, 15 de ago de 2018 às 21:00
O sacerdote argentino Leandro Bonnin alertou sobre o chamado a uma apostasia coletiva da Igreja Católica na Argentina depois do rechaço do projeto de lei do aborto e advertiu que estão escondendo informação e manipulando especialmente os adolescentes.
A "Coalizão Argentina por um Estado Laico", a favor do aborto neste país, promoveu recentemente uma campanha através do Facebook para organizar uma "apostasia coletiva".
O grupo explicou que o rechaço do projeto do aborto livre pelo Senado argentino "é um ataque aos direitos humanos fundamentais" e assegurou que a Doutrina Social da Igreja é "contra a dignidade humana e os tratados internacionais no tema dos Direitos Humanos que hoje têm hierarquia constitucional".
Diante d chamado à apostasia coletiva, Pe. Leandro Bonnin publicou uma reflexão no dia 12 de agosto, expressando que também pediria a apostasia se fosse verdade que a Igreja Católica é a "soma de todos os males da história. Uma instituição formada só por manipuladores, assassinos, mafiosos e pedófilos".
"É claro que na Igreja existiram e talvez existam membros que são manipuladores, assassinos, mafiosos e pedófilos. Mas não é justo optar pela parte e esquecer o tudo”, assinalou.
"Ao longo da história, o pecado feriu e manchou o rosto da Igreja, mas também existiu e existe muita, muitíssima santidade".
O sacerdote argentino assegurou que "jamais defenderei o indefensável, mas sim, me permitir expor o que está escondido. O que estão escondendo, porque – especialmente se você é adolescente – querem manipular você".
"Falaram com você da Igreja e das ditaduras, da Igreja e do nazismo, da crise da pedofilia no século XXI, mas não contaram sobre a obra de Dom Bosco, de Dom Orione, de Maximiliano Kolbe e dos mártires em cada revolução, nem sobre o trabalho da Igreja na África e das inumeráveis obras sociais no mundo inteiro, nem da grande luta contra o terrível mal do abuso de menores, uma luta que não tem comparação em outra instituição atual", destacou entre outros exemplos.
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"Se você quiser, nós te concederemos a apostasia, como pede. Mas o seu nome nunca deixará de estar escrito no coração de Deus e no coração da Igreja", assegurou Pe. Bonnin.
"No dia em que você precisar, não hesite: vamos recebe-lo de braços abertos, com um enorme sorriso e com lágrimas de alegria", como quando o apóstata precisar de uma palavra de conforto ante a morte de um ente querido ou de um familiar que está hospitalizado, disse o sacerdote.
"Quando o seu filho adolescente segue um mau caminho e você não souber o que fazer, quando você sentir medo, vergonha ou angústia e não tiver ninguém para conversar, quando precisar ser perdoado porque a culpa já não o deixa viver, estaremos esperando por você", afirmou.
Pe. Bonnin disse aos interessados na apostasia coletiva que "não nos importará se o seu nome está no livro ou não, porque Jesus nos enviou para ser amigo de todos, dar um abraço e acariciar todas as pessoas que sofrem e ajudar quem estiver padecendo".
"Ele nos enviou para ser Igreja Mãe, a Igreja Mestre, Igreja Samaritana. Com nossas misérias, tentamos ajudar, mesmo que digam o contrário. Porque o poder da Igreja não está no seu número de membros nem no seu dinheiro, mas no Amor. No amor de Deus que nos sustenta e nos move”, assegurou.
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— ACI Digital (@acidigital) 13 de agosto de 2018