REDAÇÃO CENTRAL, 23 de ago de 2018 às 10:15
Mons. John Esseff, exorcista há mais de 40 anos e diretor espiritual durante um tempo de Madre Teresa de Calcutá, analisou os escândalos de abusos sexuais ocorridos dentro da Igreja.
Em uma coluna publicada por Patti Armstrong no National Catholic Register, Mons. Esseff, ordenado sacerdote há 65 anos, ofereceu algumas luzes para entender melhor a situação atual e encorajou os fiéis da Diocese de Scranton, na Pensilvânia (Estados Unidos).
"Quando fui ordenado em 1953, ninguém tinha medo de deixar seus filhos sob meus cuidados. O sacerdócio era para abençoar e cuidar das crianças. Com os escândalos na Igreja, isso foi danificado significativamente", comentou o sacerdote que dirige o Instituto Pope Leo XIII, que capacita exorcistas.
Apesar dos escândalos, como o que ocorreu com o relatório da Suprema Corte da Pensilvânia sobre mais de mil abusos cometidos por 300 sacerdotes em 70 anos, o exorcista vê alguns sinais de esperança depois de compartilhar o último mês com 177 seminaristas do Instituto de Formação Sacerdotal em Omaha, localizado no estado de Nebraska.
"Eu realmente fiquei surpreendido ao ouvir as suas experiências e pensei: 'Oh meu Deus, estes são homens de todo o país, de várias nacionalidades que amam o Senhor e que querem se responsabilizar pela Igreja'", disse.
Também disse que os escândalos de abusos na Igreja recordam os atentados do dia 11 de setembro de 2001, em Nova York, quando os bombeiros responderam à emergência: "Estes filhos de Deus (seminaristas) estão correndo em direção à igreja com o sonho de salvar as almas e expandir o Reino de Deus. Nós vemos estes escândalos, mas também vemos estes homens magníficos", disse.
"O que nos torna membros do corpo de Cristo não é a posição. Os escândalos nos mostram que a posição não significa necessariamente santidade. A santidade ocorre quando estamos comprometidos pessoalmente com Cristo, e isso acontece com qualquer pessoa da mesma maneira", explicou o exorcista. "O amor que o Pai tem por mim, um sacerdote, é o mesmo que tem por qualquer pessoa", explicou.
Por isso, afirmou que os escândalos sexuais e de corrupção na Igreja não o desencorajam. "Ddepois de 65 anos de sacerdócio, realmente posso dizer que sem Jesus não posso fazer nada. Eu sou outro Cristo pelo Pai e Ele me chamou para ser seu filho" e assim se une "a todo irmão e irmã no mundo".
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Indicou que em seus anos como diretor espiritual encontrou pessoas muito humildes, cheias de esperança "que conhecem bem ao que foram chamadas. Não têm nenhuma posição e não são conhecidas pela maioria, mas rezam e assim são a força da nossa Igreja".
Colocou como exemplo Santa Teresa de Lisieux, que quando faleceu era uma religiosa desconhecida pelo mundo e que pela sua fortaleza espiritual chegou a se tornar doutora da Igreja e padroeira das missões.
“Todos nós temos a mesma capacidade, o poder de rezar, de ser santos e de nos unir a Deus Pai em Cristo através do Espírito Santo. E aí é onde está a verdadeira fortaleza”, concluiu.
Em seu site, o Instituto Pope Leo XIII assinala que colabora com a formação espiritual dos sacerdotes, "preparando suas mentes e corações para levar a luz de Cristo e dispersar o mal para curar os feridos e aflitos".
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— ACI Digital (@acidigital) 22 de agosto de 2018