O responsável pelo Escritório de Imprensa da Conferência Episcopal Argentina (CEA), Pe. Máximo Jurcinovic, confirmou que o episcopado irá "renunciando" gradualmente as atribuições que o Estado paga aos bispos.

Em 23 de agosto, Pe. Jurcinovic disse à Rádio Maria Argentina que "os bispos estão analisando as alternativas sobre este tema".

Para isso, há um trabalho conjunto entre a Igreja local e o chefe de gabinete do governo, através da Secretaria de Culto, "para procurar novas alternativas para sustentar o culto católico", acrescentou o porta-voz da CEA.

O tema foi mencionado durante a 180ª reunião da Comissão Permanente da Conferência Episcopal da Argentina nos dias 21 e 22 de agosto; mas a polêmica surgiu há alguns meses quando foi divulgado o orçamento anual que o Estado envia aos bispos católicos.

Em 14 de março, o chefe de gabinete, Marcos Peña, foi consultado na Câmara dos Deputados pela despesa orçamental que o Estado envia à Igreja Católica.

Peña explicou que, conforme o artigo 2 da Constituição Nacional, o governo nacional transferirá durante este ano 130.421.300 pesos argentinos (aproximadamente 6,5 milhões de dólares) à Conferência Episcopal Argentina.

O tema ficou no centro do debate quando começou a discussão sobre o projeto de lei do aborto. Deste modo, os grupos que promovem a separação da Igreja e do Estado reivindicaram novamente a aporte econômico que a Igreja Católica recebe e o transformaram em um dos argumentos da luta.

Enquanto isso, o Bispo de San Francisco, Dom Sergio Buenanueva, manifestou em 23 de agosto "que os valores e as atividades que os cidadãos consideram legítimas não podem ser indiferentes para o Estado".

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"Neste contexto, então, que o Estado destine, dos fundos que os mesmos cidadãos contribuem com os seus impostos, às atividades religiosas que os cidadãos valorizam e realizam, não é antiético nem ilegítimo".

Entretanto, considerou necessário que "esta transferência de fundos deve ser feita através de um sistema razoável, transparente e equitativo".

Dom Buenanueva sugeriu "substituir o modo atual de destinar fundos à Igreja Católica por um sistema mais 'saudável'".

"Vejo esta salubridade maior em vários pontos: que os cidadãos escolham quanto querem destinar ao culto ou ao trabalho social que desejam; que haja transparência no envio e na administração dos fundos e, portanto, na obrigação de uma cuidadosa prestação de contas", explicou.

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