Comentando sobre o testemunho de ex-nuncio Dom Carlo Maria Viganò, que alega que o Papa Francisco e vários outros bispos encobriram casos de abusos sexuais, o Secretário de Estado Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, expressou a esperança de que a verdade e a justiça prevaleçam, mas disse que "com certeza a situação não é preocupante".

"Não é possível expressar mais do que dor diante destas coisas, muita dor. Espero que todos nós trabalhemos na busca da verdade e da justiça, que estes sejam os pontos de referência e não outras coisas. Com certeza, esta situação não é preocupante", assinalou.

Em declarações a ‘Vatican Insider’ em 30 de agosto, o Purpurado também disse que estava com o Papa Francisco antes e depois de sua viagem à Irlanda e que ele "parece sereno".

"O Papa é uma grande graça, inclusive ante estas coisas que, obviamente, provocam tanta amargura e preocupação", disse o Cardeal Parolin, em resposta a uma pergunta sobre o estado de Francisco depois da carta de Dom Viganò que pede a renúncia do Papa.

"Mas ele (Francisco) tem a capacidade de manter um enfoque muito sereno", acrescentou.

No segundo dia da viagem de Francisco à Irlanda, Viganò publicou uma carta de 11 páginas pedindo a renúncia do Papa e de alguns cardeais e bispos, acusando-os de encobrir a conduta sexual inadequada do Arcebispo Theodore McCarrick.

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Dom Viganò, de 77 anos, que serviu como núncio apostólico nos Estados Unidos de 2011 a 2016, escreveu que Bento XVI tinha "imposto ao Cardeal McCarrick sanções semelhantes às que agora foram impostas pelo Papa Francisco".

Em seu texto, Dom Viganò assegura que disse pessoalmente a Francisco sobre essas sanções em 2013, mas que isso foi ignorado pelo Santo Padre, o qual devolveu a McCarrick o ministério público e lhe permitiu ser um “articulador para nomeações na Cúria e nos Estados Unidos”.

Quando perguntaram se o texto do ex-núncio apostólico é justo ou se está errado, o Cardeal Parolin disse: "É melhor não entrar em detalhes sobre estas coisas. Repito o que disse o Papa: leiam e façam o seu próprio julgamento. O texto fala por si mesmo".

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