O jornal argentino La Nación recolheu o testemunho de um grupo de doentes de Parkinson, agradecidos pelo exemplo que lhes deixou o Papa João Paulo II para levar esta enfermidade.

“Esta enfermidade produz vergonha, alguém se sente ridículo. Mas a atitude de João Paulo II nos deu forças para sair à rua e nos conectar melhor com outros; para poder, em meu caso, dançar e fazer expressão corporal sem depender do olhar dos outros”, declarou Ana Fernández de Piol, coordenadora do Grupo Argentino de Parkinson (GAPA), da Fundação Alfredo Thomson, no Centro Neurológico do Hospital Francês.

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O jornal também difundiu o testemunho de Roberto Tomasello, de 58 anos, professor de desenho e pintura, integrante do GAPA. "O Papa foi previsor, esportista e atleta. E dizer que um paciente de Parkinson é atleta parece uma ironia, mas entusiasma. Faz-nos pensar por que não podemos ir na piscina quando estão as pessoas ‘normais’, por que não nos misturamos em lugar de levar uma vida oculta. O Papa mostrou isso: não era um doente vestido de Papa, cumpriu com suas obrigações e, embora a enfermidade o complicou, a invalidez foi só física", recordou Tomasello.

Ramona Núñez, de 44 anos, participa do grupo do Serviço de Parkinson e Movimentos Anormais do Hospital das Clínicas. Tem oito anos com a enfermidade e afirma que as últimas imagens do Papa a aliviaram.  "Preocupou-me ficar prostrada e não poder fazer minhas coisas, porque chegou um momento em que não podia me movimentar. Mas ao mesmo tempo senti que tinha muita força de vontade. Tenho muita fé, e se ele não se deixou vencer deu um exemplo para seguir", indicou.