WASHINGTON DC, 6 de set de 2018 às 12:00
Em meio aos protestos de um grupo feminista e com uma tensão política cada vez mais crescente, o juiz católico Brett Kavanaugh começou na terça-feira, 4 de setembro, as audiências de confirmação do Senado a fim de que possa ser finalmente nomeado como o novo juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos.
Na segunda-feira, 9 de julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a nomeação de Brett Kavanaugh para substituir Anthony Kennedy, juiz que se aposentou e que era conhecido por seu apoio ao casamento gay e ao aborto.
Para um presidente dos Estados Unidos, a eleição de um dos nove juízes que formam a Suprema Corte é uma decisão muito importante, porque é um cargo vitalício. Um juiz da Corte só pode ser demitido pelo Congresso através de um complexo processo de destituição (impeachment) ou renunciando por conta própria.
Se for confirmada a nomeação de Kavanaugh, consolidaria-se uma maioria pró-vida e defensora dos direitos humanos fundamentais no maior órgão judicial do país.
Penny Nance, presidente e diretora executiva de Concerned Women for America, disse que a batalha para confirmar Kavanaugh será feroz. "Realmente, não é surpreendente quando este candidato poderia significar o fim de toda a indústria do aborto. Com tanto em jogo, a esquerda fará tudo o que estiver ao seu alcance para impedir este candidato, e devemos estar preparados para ajudar a impulsionar esta confirmação", destacou.
Os promotores do aborto se opõem a que Kavanaugh busque, junto com outros juízes, revogar a decisão de Roe vs Wade, que permitiu a legalização do aborto nos Estados Unidos.
Nas audiências de confirmação do Comitê Judiciário do Senado, Kavanaugh será interrogado pelos parlamentares durante quatro dias.
Antes que Kavanaugh pudesse pronunciar uma palavra na terça-feira, os senadores democratas que formam a oposição interromperam algumas vezes os procedimentos e tentaram adiar a audiência.
Também houve protestos contínuos durante o dia e cerca de 70 pessoas foram presas, segundo a Polícia do Capitólio.
Após uma hora de atraso, os democratas do Senado asseguraram que não tiveram tempo suficiente para revisar os "milhares de documentos" publicados pela Casa Branca na segunda-feira. Explicaram que faltavam alguns e que a audiência deveria ser adiada; entre outras reivindicações.
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Entretanto, o presidente do Comitê Judiciário, Chuck Grassley, disse que esta é a audiência "mais aberta" na história dos Estados Unidos e já passou por 15 processos na mesma categoria sem ocorrer esta situação.
Os democratas do Senado não foram os únicos que tentaram interromper ou mudar a data da audiência. ‘Women’s March (Marcha das Mulheres) também fez isso e vários de seus membros foram retirados da sala.
Também houve outro momento de tensão quando as duas filhas pequenas de Kavanaugh foram escoltadas em outro local ante os protestos ocorridos dentro e fora do Senado.
Em uma declaração enviada por e-mail, Rachel O'Leary Carmona, diretora de operações de ‘Women's March’, disse que a razão pela qual as pessoas estavam interrompendo a audiência era porque "as mulheres morrerão caso for confirmada a nomeação de Kavanaugh".
Antes de ser nomeado pela a Suprema Corte, Kavanaugh trabalhou na Corte de Apelações dos Estados Unidos para o Circuito do Distrito de Columbia.
Quando serviu neste cargo, desenvolveu um amplo registro de proteção da liberdade religiosa, de expressão e aplicou restrições ao aborto. Os líderes pró-vida acreditam que faria o mesmo na Suprema Corte.
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— ACI Digital (@acidigital) 31 de julho de 2018