ÁVILA, 11 de set de 2018 às 16:30
Uma pintora amadora restaurou em Astúrias (na Espanha) três imagens de madeira dos séculos XV e XVI obtendo um resultado no mínimo "surpreendedor" e que não agradou as autoridades do Patrimônio histórico espanhol que consideram a obra como uma "vingança" da artista e não uma restauração.
Maria Luisa Menéndez, pintora amadora da cidade de Rañadoiro na província de Asturias (Espanha) "restaurou" três imagens do final do século XV e XVI que estão no ermita do povoado.
El consejero de Educación de Asturias abre expediente por una restauración “a lo Ecce Homo” https://t.co/JtJ9rFQdCD pic.twitter.com/Bb60TAkQbX
— La Vanguardia (@LaVanguardia) 7 de setembro de 2018
"Eu não sou profissional, mas as imagens estavam simplesmente horrorosas e quis pintá-las a fim de melhorá-las", assegurou Menéndez.
Em declarações ao jornal asturiano ‘El Comercio’, María Luisa Menéndez explicou que pediu permissão ao pároco para levar as imagens e pintá-las na sua casa.
Entretanto, o Ministro da Educação e Cultura de Astúrias, Genaro Alonso, não gostou do resultado e disse que parecia mais "uma vingança do que uma restauração".
Além disso, Alonso transferiu a diretora geral de Patrimônio, Otilia Requejo, a ordem de abertura de um arquivo de informações que poderia levar a uma sanção contra María Luisa Menéndez.
Estas esculturas de madeira são bens protegidos como um Bem de Interesse Cultural e a proteção e restauração corresponde à Direção Geral de Patrimônio.
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Estas imagens representam a Virgem Maria e o Menino; outra a São Pedro e a última à Virgem, o Menino Jesus e Santa Ana, do século XV e XVI. Embora algumas destas imagens tivessem policromia, a restauração foi realizada com cores claras e brilhantes, sem respeitar os modelos originais.
Entretanto, não é a primeira vez que estas imagens são "restauradas", pois, segundo explica Luis Saro, especialista em conservação e restauração, ao jornal ‘Nueva Espanha’, “já ocorreu antes com outra pessoa pintou as esculturas. Desta vez tivemos sorte porque mantiveram a policromia original permaneceu quando removemos a tinta".
Saro explicou que não sabe se desta vez "poderão conseguir chegar à aparência original das imagens. Tudo depende do material usado pela pessoa que as pintou".
Este caso de restauração fracassada recorda outros casos como a do ‘Ecce Homo’ realizado por uma senhora na cidade de Borja (Espanha), e da escultura de São Jorge, na igreja de San Miguel, na cidade de Estella.
Em ambos os casos, prevaleceua a boa vontade, mas faltou o conhecimento técnico e zombaram das imagens especialmente nas redes sociais.
Confira também:
Você lembra o Ecce Homo de Borja? Agora inspira uma ópera cômica https://t.co/ek89DPZOHN
— ACI Digital (@acidigital) 19 de agosto de 2016