PEQUIM, 17 de set de 2018 às 14:00
O governo chinês aumentou as medidas para reprimir crenças e práticas religiosas, proibindo que os atos religiosos de oração ou pregação possam ser transmitidos online através das redes sociais e da internet.
Os novos regulamentos foram publicados no site de informações legais do governo em 10 de setembro.
Sob as novas "Medidas para a gestão da informação religiosa na Internet", os grupos ou igrejas que quiserem manter um site religioso precisarão de uma permissão emitida pelo governo que certifica que o seu conteúdo é politicamente aceitável.
A evangelização online é estritamente proibida, assim como os materiais destinados à conversão dos leitores. Os recursos catequéticos ou instrucionais não podem ser publicados abertamente online e devem ser restritos a redes internas acessadas com nomes de usuário e senhas registradas.
A proibição representa o último avanço na política de "chinização" do presidente Xi Jinping, que coloca a identidade nacional e a crença política comunista sobre a fé religiosa. Ao mesmo tempo em que foram publicadas as novas regras, surgiram relatórios de mais igrejas fechadas em várias províncias.
Segundo China Aid, uma organização norte-americana que apoia os cristãos perseguidos, na primeira semana de setembro os funcionários do governo na província de Henan lançaram uma onda de restrições contra os cristãos locais. Estas incluem a eliminação e destruição das cruzes colocadas nos edifícios das igrejas e confiscação de propriedades.
Outros relatórios incluem relatos de Bíblias queimadas e de cristãos obrigados a assinar declarações de apostasia.
Estas ações fazem parte de um grupo de igrejas fechadas e demolidas na China, depois de grandes mudanças na política religiosa do governo em fevereiro de 2018.
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As mudanças, que restringiam a ida aos lugares de culto e proibiram as crianças de assistir aos serviços religiosos, também colocaram a Associação Patriótica Católica Chinesa sob a supervisão direta do Partido Comunista.
Esta Associação é fiel ao governo chinês e rechaça a autoridade da Santa Sé na nomeação dos bispos e no governo da Igreja.
As novas limitações sobre a liberdade religiosa e a introdução da política de "chinização" coincidiram com outras reformas constitucionais que consolidaram a posição do presidente Xi.
Em um comunicado publicado no site China Aid, Dr. Bo Fu, presidente da organização, descreveu a campanha recente como uma "repressão em massa" à liberdade religiosa pelos funcionários do governo e disse que era motivo de grave preocupação.
"Agora que o Partido Comunista Chinês começou a queimar Bíblias e coagir milhões de crentes na fé cristã e outras minorias religiosas, para inclusive assinar um compromisso por escrito de renunciar suas crenças religiosas básicas, a comunidade internacional deveria ser alarmada e indignar-se por esta flagrante violação da liberdade de religião e de crença e exigir que o regime chinês impeça e solucione esta situação perigosa", disse.
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— ACI Digital (@acidigital) 12 de junho de 2018