AMSTERDAM, 19 de set de 2018 às 12:00
Um relatório divulgado por um jornal holandês assinala que cerca da metade dos bispos do país europeu, entre 1945 e 2010, teria alguma relação com casos de abuso de menores.
No sábado, 15 de setembro, o jornal NRC Handelsblad indicou que nesse intervalo de tempo quatro bispos abusaram de menores, enquanto outros 16 "permitiram a transferência de sacerdotes pedófilos que poderiam ter abusado de novas vítimas em outras paróquias". Nos anos abarcados pelo relatório, a Holanda tinha 39 bispos.
Nesse sentido, uma porta-voz da Igreja na Holanda disse que "os bispos não agiram com cuidado suficiente" no momento de transferir os sacerdotes.
Em declarações à AFP, a porta-voz assinalou que a maioria dos clérigos acusados no relatório já faleceu.
Este relatório foi baseado em outro independente realizado pela Igreja na Holanda, assim como no testemunho das vítimas e na investigação realizada pelo jornal NRC Handelsblad.
O relatório publicado no sábado assinala que cerca de 20 mil menores foram abusados em instituições católicas no país em 45 anos. Foram 800 abusadores, entre clérigos, religiosos e leigos.
Este relatório foi apresentado logo depois que foram divulgados relatórios semelhantes na Alemanha e nos Estados Unidos; e em meio aos casos de abusos na Igreja denunciados no Chile, na Irlanda e na Austrália.
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Em uma nota publicada no site da Conferência Episcopal da Holanda, assinalaram que “as informações já haviam sido publicadas em 2011, após as investigações iniciadas pela Igreja Católica. Muitos acusados já faleceram. A partir desta investigação realizada em 2011, a Igreja holandesa lançou algumas medidas para prevenir e combater os abusos".
"Em 2014, adotaram um Código de conduta muito rigoroso, renovado em 2018 com o endurecimento da obrigação de denunciar à polícia a suspeita de abuso sexual de um menor, inclusive em caso de verdade aparente", acrescenta.
Em declarações à agência SIR, a responsável pela Conferência Episcopal Holandesa das relações com a mídia sobre temas relacionados com o abuso, Daphne van Roosendaal, destacou que “é importante para a Igreja perseguir a verdade e que se ilumine tudo o que ocorreu na Igreja e é importante para as vítimas que a verdade seja revelada".
Confira também:
Relatório da Igreja na Alemanha revela milhares de casos de abuso em mais de 70 anos https://t.co/316oK6ko4h
— ACI Digital (@acidigital) 12 de setembro de 2018