Um relatório divulgado por um jornal holandês assinala que cerca da metade dos bispos do país europeu, entre 1945 e 2010, teria alguma relação com casos de abuso de menores.

No sábado, 15 de setembro, o jornal NRC Handelsblad indicou que nesse intervalo de tempo quatro bispos abusaram de menores, enquanto outros 16 "permitiram a transferência de sacerdotes pedófilos que poderiam ter abusado de novas vítimas em outras paróquias". Nos anos abarcados pelo relatório, a Holanda tinha 39 bispos.

Nesse sentido, uma porta-voz da Igreja na Holanda disse que "os bispos não agiram com cuidado suficiente" no momento de transferir os sacerdotes.

Em declarações à AFP, a porta-voz assinalou que a maioria dos clérigos acusados ​​no relatório já faleceu.

Este relatório foi baseado em outro independente realizado pela Igreja na Holanda, assim como no testemunho das vítimas e na investigação realizada pelo jornal NRC Handelsblad.

O relatório publicado no sábado assinala que cerca de 20 mil menores foram abusados em instituições católicas no país em 45 anos. Foram 800 abusadores, entre clérigos, religiosos e leigos.

Este relatório foi apresentado logo depois que foram divulgados relatórios semelhantes na Alemanha e nos Estados Unidos; e em meio aos casos de abusos na Igreja denunciados no Chile, na Irlanda e na Austrália.

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Em uma nota publicada no site da Conferência Episcopal da Holanda, assinalaram que “as informações já haviam sido publicadas em 2011, após as investigações iniciadas pela Igreja Católica. Muitos acusados ​​já faleceram. A partir desta investigação realizada em 2011, a Igreja holandesa lançou algumas medidas para prevenir e combater os abusos".

"Em 2014, adotaram um Código de conduta muito rigoroso, renovado em 2018 com o endurecimento da obrigação de denunciar à polícia a suspeita de abuso sexual de um menor, inclusive em caso de verdade aparente", acrescenta.

Em declarações à agência SIR, a responsável pela Conferência Episcopal Holandesa das relações com a mídia sobre temas relacionados com o abuso, Daphne van Roosendaal, destacou que “é importante para a Igreja perseguir a verdade e que se ilumine tudo o que ocorreu na Igreja e é importante para as vítimas que a verdade seja revelada".

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