REDAÇÃO CENTRAL, 21 de set de 2018 às 11:00
O Papa Francisco visitará a Lituânia em 22 e 23 de setembro e, por isso, compartilhamos a história da “Colina das Cruzes”, local que simboliza a resistência e fé dos lituanos.
Este lugar, cujo nome em lituano é “Kryziu Kalnas”, está localizado a 12 quilômetros da cidade de Siauliai, no norte da Lituânia. Estima-se que ali estão mais de 100 mil cruzes e há várias imagens da Virgem Maria, assim como terços.
O site oficial da “Colina das Cruzes” indica que este local “testemunha o respeito e a fidelidade do sacrifício da cruz, através da qual Cristo salvou as pessoas de todos os tempos e gerações”.
Narram que durante a Idade Média, nesse local havia um castelo chamado “Kula” e que foi destruído em 1348.
Mais tarde, em algum momento do século XIX, os habitantes começaram a colocar as primeiras cruzes para pedir boa saúde.
Outras versões apontam que as pessoas colocaram as cruzes na colina em 1863, em homenagem aos caídos no levantamento contra o império russo, do qual a Lituânia fazia parte.
Embora os czares proibissem os lituanos de ir àquele lugar e colocar cruzes, estes continuaram a fazê-lo e, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a “Colina das Cruzes” cresceu em tamanho e em peregrinos.
Detalhes da “Colina das Cruzes” / Foto: Wikipédia Diego Delso (CC BY-SA 3.0)
Quando a Lituânia proclamou sua independência em 1918, a “Colina das Cruzes” se tornou um lugar para rezar pela paz. Entretanto, quando o país foi ocupado pela União Soviética, os peregrinos foram perseguidos e até mesmo castigados.
Cortaram-se as estradas que conduziam a ela, tentou-se inundá-la e destruí-la. Os soviéticos chegaram a dizer: “É mais difícil destruí-la, porque as pessoas voltam a torna-la mais poderosa”.
Efetivamente, os fiéis voltavam a colocar as cruzes durante a noite, apesar dos perigos. Assim, prossegue o site, a “Colina das Cruzes” se tornou um “símbolo de liberdade religiosa”.
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Quando a Lituânia recuperou a independência em 1991, o local continuou crescendo em cruzes e peregrinos.
No dia 7 de setembro de 1993, São João Paulo II visitou este lugar como parte de sua viagem apostólica a Lituânia, Letônia e Estônia.
São João Paulo II na “Colina das Cruzes” / / Foto: Wikipédia JonnLeffmann (CC-BY-3.0)
Naquela ocasião, disse ao povo lituano: “O drama da cruz foi vivido por muitos de seus compatriotas. Por isso, Cristo crucificado representou uma inestimável fonte de fortaleza no momento das deportações e das condenações à morte”.
“A Cruz é para todas as nações e para a Igreja uma fonte providencial de bênçãos, um sinal de reconciliação entre os homens. Ela deu sentido e valor aos sofrimentos, às enfermidades, à dor. E hoje, como no passado, a Cruz continua na vida do homem”.
O Pontífice polonês também afirmou que “os filhos e filhas de vossa terra traziam cruzes que eram semelhantes àquela do Gólgota sobre a qual morreu o Redentor”.
No ano 2000, foi construída perto do local uma capela franciscana. Em 2008, a UNESCO reconheceu a fabricação de cruzes e seu simbolismo na Lituânia como Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade.
A visita a este local não está contemplada no programa da visita do Papa Francisco à Lituânia.
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— ACI Digital (@acidigital) 21 de setembro de 2018