Cidade do México, 21 de set de 2018 às 17:00
Irmã Maria de la Cruz Real Mejia é uma religiosa da Congregação das Irmãs Josefinas (México) que há 71 anos é religiosa e está a serviço da Igreja e completará 101 anos no próximo dia 23 de novembro.
A sua história de vida é uma inspiração para jovens aspirantes ao noviciado, irmãs da congregação e para qualquer pessoa que tenha uma inquietude vocacional. Aos 100 anos, a irmã "Crucita", como é conhecida, assegura sentir-se muito feliz porque o Senhor e a Santíssima Virgem Maria sempre a acompanharam.
Em uma entrevista ao Grupo ACI, a religiosa assegurou que o segredo da sua perseverança sempre foi a sua confiança na misericórdia de Deus e o apoio da Santíssima Virgem Maria.
"Eu digo à Santíssima Virgem Maria: ‘Cuida de mim, você sabe que eu sou tua. Livra-me das armadilhas do demônio’. A Santíssima Virgem tem cuidado muito de mim", manifestou.
Nesse sentido, disse que através do Santo Rosário ela conseguiu perseverar ante a tentação de abandonar a vida religiosa em muitas ocasiões.
"Uma das tentações mais fortes foi querer abandonar a vida religiosa porque havia muitas dificuldades no hospital onde estava. Os médicos me incentivaram a sair, mas confiei em Deus e na Santíssima Virgem. E aqui estou graças a eles", assegurou.
Irmã Crucita nasceu em 23 de novembro de 1917 no município El Oro, no Estado do México. Desde muito pequena descobriu o seu amor por Cristo e pela Igreja graças à devoção dos seus pais, que a levavam à Missa.
"Eu sempre gostei de ir à Missa, o meu tio era sacristão e gostava de estar com ele. Então sempre estava atenta às coisas do Senhor", contou.
Um dia, quando algumas religiosas chegaram à sua terra natal, gostou da ideia da vocação religiosa. Inclusive, entrou em um convento de clausura onde permaneceu somente dois anos, devido a uma doença, e depois voltou para casa.
Conheceu a Congregação das Irmãs Josefinas quando um amigo sacerdote a levou à Cruz Vermelha de Toluca, onde Madre Crucita permaneceu para aprender a aplicar injeções e cuidar dos doentes.
"Um sacerdote ia confessar os doentes e me perguntou se queria ser religiosa. Disse que sim e ele me levou até as Irmãs Josefinas. Fiquei com elas cerca de 4 ou 5 meses no hospital e depois entrei para o noviciado", contou a religiosa.
Irmã Crucita professou como religiosa Josefina em 15 de agosto de 1947, aos 30 anos. Atualmente, confessa-se a cada 15 dias, reza o terço três ou quatro vezes por dia, também recebe a Eucaristia diariamente e, quando pode, participa de duas Missas.
A madre indicou que a sua vocação religiosa sempre esteve ligada à sua profissão de enfermeira.
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No início da década de 1950, a Irmã Crucita foi enviada ao hospital da sua congregação em Cuba. Mais tarde, em 1952, chegou a Guadalajara e foi nomeada enfermeira no Hospital Civil. Durante muitos anos foi supervisora da seção de pediatria.
"Eu vejo como os doentes sofrem e há muitos que oferecem tudo a Deus, não reclamam. Então acho que se eles estão doentes e pensam sempre em Deus, eu não posso reclamar de nada. Qualquer coisa que acontece comigo é algo passageiro e ofereço ao Senhor", destacou.
Irmã Maria de la Cruz assegurou outro segredo para seguir em frente, sempre foi sentir-se acolhida pela misericórdia de Deus: “Sei que Ele me ama muito mais do que eu o amo. Sempre penso que Ele me procura, me chama, que está sempre comigo. Se alguma coisa acontecer, Ele cuida de mim".
Finalmente, pediu aos jovens que confiem “plenamente em Deus, no amor que Ele tem por nós”, porque “Ele nos ajuda e nos dá paz”.
Irmã Beatriz Escamilla, uma religiosa Josefina de 45 anos e amiga da Madre Crucita, destaca a sua capacidade de "cuidar de si mesma".
“O seu dia começa às 5h, porque tem um ritmo mais lento, e 7h se dirige à capela. É uma das religiosas mais pontuais e às vezes chega antes das outras. Muitas vezes ela abre a capela”, sublinhou.
Além disso, destacou que Irmã Crucita faz uma fervorosa oração pelas "vocações e por nós que ainda estamos servindo no apostolado".
"Dedica uma hora à oração diante do Santíssimo Sacramento para pedir especialmente por estas necessidades", acrescentou.
Finalmente, disse que, embora algumas vezes as situações no hospital sejam difíceis e a colocam em crise, Madre Crucita sempre vem e lhe incentiva.
"É uma pessoa que atrai pela paz que transmite. Ensina a todos a alegria, a paz, a perseverança, a entrega e o sacrifício", concluiu.
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Religiosa que ouviu o chamado a se consagrar pelos sacerdotes completa 100 anos.https://t.co/wMGqKPhMNC
— ACI Digital (@acidigital) 22 de julho de 2018