Diversos bispos mexicanos mostraram seu rechaço pela possível inclusão da pílula do dia seguinte no quadro básico de medicamentos da Secretaria de Saúde por considerá-la uma “arma mortal contra inocentes”.

No editorial do semanário Desde a Fé, publicação da Arquidiocese do México, os prelados qualificaram de irresponsável a decisão da Secretaria de Saúde de distribuir a mencionada pastilha e descartaram que a Igreja assuma atitudes retrógradas ao defender a vida humana e a dignidade das pessoas.

“A decisão equivocada das autoridades "leva a uma degradação moral e social, cujos custos já estamos pagando em uma sociedade cada vez mais desumanizada. Não é com a distribuição de anticoncepcionais avulsos como resolverão os grandes problemas de saúde relativos à sexualidade, porque esta atividade não se reduz a uma mera genitalidade mas sim é parte integral da pessoa", adicionaram.

Enquanto isso, ao termino da Eucaristia dominical, o Arcebispo do México, Cardeal Norberto Rivera, questionou ao Ministro da Saúde, Julio Frenk, por só tomar a opinião da Organização Mundial da Saúde e permitir a distribuição da mencionada pastilha de maneira precipitada.“Esta medida é algo que o México não necessita. Não terá que pôr uma arma assim em mãos da gente para que mate inocentes", anotou.

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O Cardeal advertiu que a medida "é muito perigosa porque está comprovado que em ocasiões esta pastilha do dia depois pode ser abortiva" e entreviu a possibilidade de um diálogo com o ministro.

"Queremos que as coisas se decidam conforme à razão, uma vez que se tenha o diálogo. Não se trata de manifestar forças contra forças, sabemos que eles são os capitalistas, que têm o governo e que podem impor estas medidas, indicou.

Por sua parte, o Bispo de Guadalupe e presidente da Conferência Episcopal do México (CEM), Dom José Guadalupe Martín, insistiu ao presidente Vicente Fox a fazer um exame de consciência ante tal autorização, porque se for católico, ele terá que responder se tiver traído seu credo, no momento de aproximar-se de Deus".

Enquanto isso, o Arcebispo do Acapulco, Dom Felipe Aguerre indicou que tudo o que interrompa a gravidez é uma provocação contra a vida e adicionou que "não podemos dizer que há uma moralidade na pílula do dia seguinte, se não que houver uma inaceitável conseqüência contra a vida.