Vilnius, 22 de set de 2018 às 13:06
O Papa Francisco se encontrou com os jovens lituanos na praça da Catedral de Vilnius, neste sábado, 22 de setembro, durante sua viagem aos países bálticos e os incentivou a seguir Jesus: “Vale a pena seguir Cristo!”, exclamou.
O Santo Padre assegurou que “seguir Jesus é uma aventura apaixonante que enche de significado a nossa vida, faz-nos sentir parte de uma comunidade que nos encoraja e acompanha, compromete-nos no serviço”.
Incentivou-os a não ter medo “de participar na revolução a que Ele nos convida: a revolução da ternura”.
O Pontífice indicou que, para alcançar a salvação, é necessário apoiar-se na comunidade. “O Senhor salva, fazendo-nos parte de um povo”, explicou.
“Ninguém pode dizer: ‘Eu salvo-me sozinho’; mas estamos todos interligados, ‘em rede’. Deus quis entrar nesta dinâmica de relações e atrai-nos a Si em comunidade, dando à nossa vida um sentido pleno de identidade e pertença”.
Insistiu: “Não permitais que o mundo vos faça crer que é melhor caminhar sozinhos. Não cedais à tentação de vos concentrar em vós próprios, de vos tornar egoístas ou superficiais perante a dor, as dificuldades ou o sucesso passageiro. Reafirmemos que, ‘aquilo que acontece ao outro, acontece a mim’; andemos contracorrente relativamente a este individualismo que isola, que nos torna egocêntricos e vaidosos, preocupados apenas com a imagem e o próprio bem-estar”.
Também os exortou a apostar “na santidade a partir do encontro e comunhão com os outros, atentos às suas necessidades. A nossa verdadeira identidade pressupõe a pertença a um povo. Não existem identidades ‘de laboratório’, nem identidades ‘destiladas’”.
“Cada um de nós conhece a beleza, mas também a fadiga e, muitas vezes, a tribulação de pertencer a um povo. Aqui está enraizada a nossa identidade; não somos pessoas sem raízes”.
O Papa também falou diante dos jovens sobre a força da oração. “Certamente a oração pode ser uma experiência de ‘combate espiritual’, mas é nela que aprendemos a escutar o Espírito, discernir os sinais dos tempos e recuperar as forças para continuar a anunciar hoje o Evangelho”.
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“De que outra forma poderíamos lutar contra o desânimo à vista das dificuldades próprias e alheias, face aos horrores do mundo? Sem a oração, como faríamos para não pensar que tudo depende de nós, que estamos sozinhos numa luta corpo a corpo com a adversidade?”.
Do mesmo modo, refletiu sobre a misericórdia, a solidariedade com o próximo, o “ajudar os outros”. “Ver a fragilidade dos outros situa-nos na realidade, impede-nos de viver debruçados sobre as nossas feridas”.
Nesse sentido, lamentou: “Quantos jovens deixam o próprio país por falta de oportunidades! Quantos são vítimas da depressão, do álcool e das drogas! Quantos idosos sozinhos, sem alguém para partilhar o presente e com medo que retorne o passado”.
“Vós podeis responder a estes desafios com a vossa presença e com o encontro entre vós e os outros. Jesus convida-nos a sair de nós mesmos, a arriscar ‘cara a cara’ com os outros”.
O Papa Francisco finalizou seu discurso recordando que “a vida é sempre um caminhar procurando a direção certa, sem medo de voltar para trás se se tiver errado. O perigo maior é confundir o caminho com um labirinto: girar sem sentido pela vida, girar sobre si mesmo, sem tomar a estrada que faz avançar. Não sejais jovens do labirinto, donde é difícil sair, mas jovens a caminho”.
Ao terminar o encontro, o Santo Padre realizou uma breve visita à Catedral e rezou durante alguns minutos diante do sacrário.
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— ACI Digital (@acidigital) 22 de setembro de 2018