A atriz Emma Watson, conhecida por interpretar Hermione na saga de Harry Potter, escreveu uma carta aberta a favor do aborto na Irlanda do Norte, ao recordar Savita Halappanavar, uma mulher que morreu por uma infecção depois que lhe foi negado abortar.

Em 25 de maio, foi realizado na Irlanda um referendo que concluiu com a revogação da Oitava Emenda da Constituição, que protegia o direito à vida da mãe e do nascituro.

Com esta decisão, o governo da Irlanda poderá modificar as leis para permitir o aborto até 12 semanas de gestação, chegando a 24 semanas em alguns casos.

“Ainda há trabalho a ser feito. O aborto gratuito, seguro, legal e local é necessário em todo o mundo”, escreveu Watson na carta, publicada no site de moda Net-A-Porter.

Além disso, Watson escreveu que a morte de Halappanavar em 2012 a incentivou a impulsionar a campanha de legalização do aborto no país.

“Quando a notícia de sua morte estourou em 2012, o urgente chamado à ação dos ativistas irlandeses repercutiu em todo o mundo: revogar a Oitava Emenda da Constituição irlandesa”, escreveu Watson.

“Que a oitava emenda permitiu valorizar a vida de um feto por nascer sobre uma mulher viva foi um chamado de atenção a uma nação. Uma promessa para os defuntos e um chamado à sociedade, cantamos: nunca mais”, acrescentou em sua carta.

Segundo informação de Life News, vários ativistas pró-aborto como Watson afirmaram que Halappanavar teria sobrevivido se tivesse praticado um aborto clínico.

Entretanto, uma investigação revelou logo após que sua morte não foi por causa do aborto espontâneo, mas pela inação dos médicos que a trataram.

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Quando Halappanavar ingressou no hospital enfrentou um aborto involuntário inevitável. Nesse momento, detectou-se uma batida do coração do feto e os médicos optaram não por terminar com a gravidez induzindo o parto, mas esperaram que nascesse naturalmente.

Seu bebê nasceu morto três dias depois, em 24 de outubro de 2012. Segundo a investigação, Savita morreu por uma falha multiorgânica por choque séptico devido a uma infecção quatro dias depois do nascimento de seu bebê.

Dawn McAvoy, cofundadora de Both Lives Matter, uma organização que defende a vida do nascituro na Irlanda do Norte, disse em seu Twitter que Watson não deveria usar esta “tragédia” para exigir que haja mais abortos no país.

“Nossa lei reconhece e protege as duas vidas. Você tem privilégio e poder, escuta vozes alternativas e não apenas de um lobby pró-aborto”, disse McAvoy.

Esta não é a primeira vez que Watson promove o aborto. Em 2014, ajudou  a lançar a campanha “HeForShe” para as Nações Unidas, em favor desta prática.

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