GLASGOW, 8 de out de 2018 às 14:30
O polícia da Escócia sustenta que “içar ou mostrar de modo provocativo” a bandeira do Vaticano poderia ser considerado um ato criminoso e, por isso, punível.
A Escócia experimentou uma importante divisão cristã desde a Reforma do século XVI, que levou à formação da Igreja da Escócia, uma comunidade eclesial de tradição calvinista e presbiteriana que representa o maior setor religioso do país.
O sectarismo e os crimes motivados pelo anticatolicismo aumentaram na Escócia nos últimos anos.
“Seria muito preocupante se a bandeira do Vaticano fosse, em alguma circunstância, considerada ofensiva”, disse o porta-voz da Igreja, segundo Scottish Catholic Observer.
Este meio obteve o documento da polícia que mostra símbolos e bandeiras cujo uso “provocativo” poderia ser considerado um delito.
Entre as bandeiras consideradas potencialmente criminosas estão as do Vaticano, Israel, Irlanda, Palestina, Catalunha e País Basco.
“Se forem modificados para que contenham uma referência a uma organização proibida, podem constituir um delito em virtude da Seção 13 da Lei de Terrorismo de 2000. Independentemente do que precede, a posse dessas bandeiras dentro de um campo de futebol pode constituir uma violação dos regulamentos territoriais”.
O superintendente da polícia da Escócia, John McKenzie, disse que “muitas vezes as bandeiras não são o problema, mas a conduta criminosa que as acompanha”.
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“Isso poderia incluir, mas não se limita, gestos ou palavras ameaçadoras, ou bandeiras modificadas para mostrar apoio a um grupo terrorista proscrito ou alterações que constituem um crime de ódio”, acrescentou.
Um porta-voz do governo escocês disse que “não é um delito hastear a bandeira do Vaticano ou de qualquer outro país”.
Por sua vez, um porta-voz da Igreja assinalou que a bandeira do Vaticano “foi içada com orgulho na Escócia por ocasião de duas visitas papais sem incômodos ou incidentes e seu uso não deve ser restringido forma alguma”.
Uma pesquisa de abril dirigida a católicos na Escócia mostrou que 20% reportou ter experimentado pessoalmente o abuso e preconceito com sua fé. Um relatório do governo sobre delitos por motivos religiosos em 2016 e 2017 indicou uma concentração de incidentes na cidade de Glasgow.
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— ACI Digital (@acidigital) 2 de outubro de 2018