Vaticano, 16 de out de 2018 às 17:00
O Papa Francisco denunciou que no mundo de hoje ainda são feitos “sacrifícios humanos”, mas com a diferença de que são perpetrados usando “luvas brancas”.
Fez esta declaração ao responder algumas perguntas de um grupo de seminaristas da Lombardia (Itália) com os quais se reuniu no sábado, 13 de outubro, na Sala Clementina do Palácio Apostólico do Vaticano.
“Se vai falar de Jesus, em muitos lugares, em muitas cidades, não te escutam, não te ouvem. O tempo de Jesus também estava secularizado. Pensa que naquele tempo eram feitos sacrifícios humanos e também hoje são feitos de uma forma ou outra, mas com luvas brancas. A secularização é a mesma, mais ou menos, a do tempo de Jesus e a do nosso tempo”, disse o Santo Padre ao responder uma pergunta sobre como evangelizar em um mundo cada vez mais secularizado.
“Qual mundo é mais secularizado, o nosso ou o de Jesus? Qual mundo é mais corrupto, o nosso ou o de Jesus? O mesmo, ambos. Sim, este está secularizado com meios novos e moderno; mas o outro estava secularizado com os meios da época. Entretanto, a corrupção é a mesma”, acrescentou Francisco, cujo diálogo com os seminaristas foi divulgado nesta terça-feira, 16 de outubro, pela Santa Sé.
Dirigindo-se ao seminarista que lhe fez a pergunta, o Papa o convidou a pensar “na corrupção dos habitantes de Atenas, quando Paulo começou a falar, esse discurso tão bem feito, que também citava seus poetas e, ao final, quando chegou a um ponto um pouco difícil (o da ressurreição de Cristo), os atenienses disseram: ‘Sim, sim, está bem... amanhã te escutaremos’. Isso acontece também hoje”.
Diante dessa realidade, Francisco incentivou a ler o Livro dos Atos dos Apóstolos: “Não há outro método fundamental diferente. Sim, há nuances, mudanças de época, mas o essencial é o mesmo que Jesus fez”, indicou.
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O Pontífice disse que é necessário ser próximos com Deus e as pessoas, como fazia o Senhor, que “encontrava o Pai na oração e se encontrava com as pessoas. Também se encontrava com seus inimigos e, às vezes, escutava-os, explicava-lhes, às vezes, dizia-lhes coisas que pareciam palavras más”.
“Por exemplo, leiam Mateus 23. Ali, o que Jesus diz não são coisas bonitas, porque estava perto e podia dizer as coisas claramente e alguns não gostavam; e teve que pagar esse preço na cruz. Fazer o mesmo por Jesus: a proximidade. Proximidade com Deus, proximidade com as pessoas, proximidade com o povo de Deus”, destacou o Pontífice.
Estas palavras de Francisco se deram três dias depois que denunciou durante a Audiência Geral que o aborto é um assassinato e um crime no qual se “aluga um assassino para resolver um problema”.
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— ACI Digital (@acidigital) 10 de outubro de 2018