SANTIAGO, 7 de nov de 2018 às 06:00
O Arcebispo siro-católico de Aleppo (Síria), Dom Denys Antoine Chahda, assegurou que após vários anos de guerra civil, os cristãos desta cidade "querem começar uma nova vida de alegria".
Dom Chahda visitou o Chile entre os dias 25 e 30 de outubro deste ano, convidado pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN Chile), para dar o testemunho dos "mártires vivos" de Aleppo e convidar a ajudar na reconstrução de uma das cidades mais afetadas pela guerra civil na Síria.
"Atualmente, a situação na Síria está muito melhor do que durante os cinco anos de guerra que sofremos", explicou o Arcebispo sobre os confrontos ocorridos na cidade de 2012 a 2016, conhecidos como a Batalha de Aleppo.
Este confronto fez parte da guerra entre o governo e os grupos rebeldes que buscam derrubá-lo desde março de 2011 e que causou a morte de mais de 400 mil pessoas.
No lado rebelde, há grupos extremistas muçulmanos, como Jabhat Fateh al-Sham (antiga Frente Al-Nusra), ligada a Al Qaeda; e o Estado Islâmico. Em 6 de dezembro de 2017, o governo da Rússia, que apoiou belicamente as forças militares sírias, assegurou que o país havia sido libertado do Estado Islâmico.
"Graças a Deus, depois que a cidade de Aleppo foi libertada do terrorismo, os cristãos começaram a viver com mais fé, mais esperança, mais otimismo, esperando que isto não volte a acontecer, porque queremos começar uma nova vida de alegria", expressou Dom Chahda.
Assegurou que na comunidade cristã há um espírito de "deixar o sofrimento de lado" e que, apesar das mortes, desaparecidos e danificamos, "não perderam a fé".
“Agora estamos reconstruindo pouco a pouco as casas das pessoas, seus negócios a fim de que possam viver novamente, ganhar a vida para alimentar seus filhos e esperar até ao terminar completamente guerra em Aleppo, falta um pouquinho, tudo volte à normalidade”, acrescentou.
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Dom Chahda explicou que a Igreja Católica trabalha junto com as comunidades ortodoxas e evangélicas para "manter nossas famílias fora da miséria".
"Eu, como pastor dessa igreja, líder espiritual e arcebispo, nunca pensei em deixar meus fiéis sofrendo, por isso, tenho que lhes assegurar o mais importante, o mais necessário para poder viver: alimentos, remédios, casas, etc", disse.
Em relação à ajuda que os cristãos perseguidos precisam, Dom Chahda destacou que a primeira coisa é "ser um apoio espiritual, rezar por eles para que não sofram e sintam dor novamente".
Do mesmo modo, sublinhou uma necessidade urgente de ajuda material, que pode ser realizada através da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) presente em 21 países doadores.
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— ACI Digital (@acidigital) 25 de setembro de 2018