O Papa Francisco assinalou em sua homilia na Missa da manhã desta quinta-feira, 6 de dezembro, na Casa Santa Marta, no Vaticano, que Jesus propõe a concretude, não o “maquiar-se como cristão”, assinalando a necessidade da coerência para avançar na vida cristã.

Em sua reflexão, o Santo Padre apresentou uma série de palavras em contrastes para indicar os dois caminhos opostos da vida cristã, segundo Vatican News.  As primeiras palavras foram “dizer e fazer”.

“O dizer é um modo de acreditar, mas muito superficial, na metade do caminho: eu digo que sou cristão, mas não faço as coisas do cristão. É um pouco – para dizê-lo simplesmente – maquiar-se como cristão: dizer somente é um truque, dizer sem fazer”.

Por outro lado, ressaltou, “a proposta de Jesus é concretude, sempre concreto. Quando alguém se aproximava e pedia conselho, sempre coisas concretas. As obras de misericórdia são concretas”.

Segundo Francisco, “a concretude da vida cristão nos faz seguir adiante e construir sobre aquela rocha que é Deus, que é Jesus”. E neste ponto se encontram as outras duas palavras em contraste: “areia e rocha”.

Enquanto a areia “não é sólida”, é “uma consequência do dizer” e, portanto, uma vida “sem fundamentos”, a rocha, por sua vez, é o próprio Senhor.

“É Ele, a força. Mas muitas vezes quem confia no Senhor não aparece, não tem sucesso, está escondido… mas é firme. Não tem a sua esperança no dizer, na vaidade, no orgulho, nos efêmeros poderes da vida… O Senhor, a rocha”.

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Por isso, convidou a construir a vida “sobre o sólido da divindade. Não sobre as aparências ou as vaidades, o orgulho, as recomendações. Não. A verdade”.

Além disso, contrapôs também “alto e baixo”, em referência à primeira leitura do livro do profeta Isaías, assinalando que o Senhor “derrubou os que habitam no alto, há de humilhar a cidade orgulhosa, deitando-a por terra, até fazê-la beijar chão. Hão de pisá-la os pés, os pés dos pobres, as passadas dos humildes”.

Sobre este trecho que parece que o Magnifcat, proclamado pela Virgem Maria, o Pontífice sublinhou que “o Senhor eleva os humildes, os que estão na concretude de todos os dias, e abate os soberbos, os que construíram a sua vida na vaidade, no orgulho... estes não duram”.

Por fim, aconselhou que todos reflitam fazendo-se estas perguntas neste Advento: “Eu sou cristão do dizer ou do fazer? Construo a minha vida sobre a rocha de Deus ou sobre a areia da mundanidade, da vaidade? Sou humilde, procuro caminhar sempre por baixo, sem orgulho, e assim servir o Senhor?”.

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