Na manhã de hoje, o Papa Francisco encorajou a Ordem de Nossa Senhora das Mercês em sua vocação e missão, na Sala Clementina do Vaticano, dizendo-lhes que "seguir Cristo é dar a vida para salvar almas".

Por ocasião do Jubileu do oitavo centenário de fundação da Ordem, o Santo Padre assegurou que este é “um tempo de graça em que vocês tiveram a oportunidade de experimentar o amor misericordioso de Deus no caminho percorrido, examinar o presente e estabelecer diretrizes a fim de prosseguir com espírito renovado”.

O Papa recordou que "seguir Cristo é dar vida para salvar almas" e acrescentou que “todos sabemos a importância do seguimento de Cristo, porém, às vezes, ao invés de segui-lo, planejamos a nossa vida como se fosse Ele a ter de nos seguir”.

Neste sentido, o Papa advertiu que são difíceis os "caprichos dos religiosos", que são uma tentação e reiterou que “seguir Jesus não é uma questão de metodologia”, mas de “deixar que Ele nos preceda e marque o ritmo de nossa caminhada pessoal e comunitária”.

Sobre o carisma mercedário, o Santo Padre afirmou que “é atual e é chamado a deixar-se interpelar pelos novos campos de ação e ‘serviço redentor’, como a promoção da dignidade da pessoa humana, a prevenção de escravidões físicas ou espirituais, o acompanhamento e reinserção dos vulneráveis de nossa sociedade”.

Por este motivo, o Papa encorajou a família mercedária, consagrados e leigos, a deixar-se inspirar pela “criatividade de Deus”, mesmo quando isso significa romper os próprios esquemas que, com o tempo, foram acrescentados ao carisma fundacional.

“Aquele que segue Cristo, o faz entregando a vida; não é um seguimento parcial”, assinalou o Santo Padre e recordou o jovem rico do Evangelho que “quis seguir parcialmente e não conseguiu”. Por isso, exortou a “confiar no Senhor”, que significa “nos entregarmos a Ele sem reservas. Não somente doando o que é material e o supérfluo, mas os nossos gostos e opiniões”.

“A entrega da própria vida não é algo opcional, mas a consequência de um coração que foi tocado pelo amor de Deus”, sublinhou.

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Por outro lado, o Papa destacou que os membros da Ordem de Nossa Senhora das Mercês “são chamados a sair para salvar os cristãos que correm o risco de perder a fé, que são privados de sua dignidade como pessoas e envolvidos em princípios e sistemas opostos ao Evangelho”.

Nesse sentido, o Santo Padre assegurou que “hoje, como em outras épocas da história, o cristão é ameaçado por esses três inimigos: o mundo, o demônio e a carne. Esses perigos são às vezes camuflados e não os reconhecemos, porém, suas consequências são evidentes, adormecem a consciência e provocam uma paralisia espiritual que leva à morte interior”, por isso, acrescentou que “nós também devemos estar atentos a não cair nesse estado de falta de vitalidade espiritual”.

O Papa também convidou os membros desta Ordem redentora a “experimentar primeiramente em si mesmos a redenção de Cristo para ajudar os seus irmãos a descobrir o Deus que salva. ‘Redimidos para redimir’, uma boa definição da sua vida e vocação”, assegurou.

Ao finalizar, o Santo Padre os encorajou a “ir adiante como portadores da redenção do Senhor aos encarcerados, refugiados e migrantes, aos que caem nas redes do tráfico de pessoas, aos adultos vulneráveis e às crianças órfãs e exploradas. Levem a todos os descartados pela sociedade a ternura e a misericórdia de Deus”. 

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