REDAÇÃO CENTRAL, 11 de dez de 2018 às 14:00
A Diocese de Pemba, em Moçambique, tem como bispo o missionário brasileiro Dom Luis Fernando Lisboa, o qual deu início ao trabalho de recuperação de uma igreja de cerca de 100 anos, que foi destruída durante a guerra civil.
Dom Lisboa está em Moçambique desde 2013 e iniciou a recuperação da Igreja de Santa Maria, no distrito de Namuno, o que, segundo ele, representaria recuperar a vida e a esperança dessa comunidade.
“Nós temos muita esperança, a região marca uma antiga missão da Igreja, onde já teve hospital, escola e vários trabalhos sociais, mas tudo foi dizimado pelos diversos conflitos ao longo dos anos. Aos poucos, a nossa intenção é restaurar tudo isso”, declarou o Prelado à Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).
Conforme recorda ACN, a história desta igreja remonta ao ano de 1922, quando um grupo de missionários saiu de bicicleta do Malaui em direção a Moçambique com um propósito: quando os pneus das bicicletas se desgastassem, eles fundariam uma missão para semear o Evangelho.
Entretanto, após os pneus se desgastarem, o grupo decidiu seguir a viagem, até que as sandálias também fossem desgastadas. Assim, as sandálias acabaram quando chegaram a uma região onde hoje é o distrito de Namuno, que pertence à diocese de Pemba, em Moçambique.
Esta viagem de 900 quilômetros, assinala a Fundação ACN, “foi a porta de entrada para o evangelho na região”, onde os missionários construíram uma grande Igreja com o nome de Santa Maria. Eles fizeram desde os tijolos até as telhas com a ajuda dos habitantes locais que iam descobrindo o Evangelho em suas vidas.
Porém, durante a guerra civil de Moçambique, de 1977 a 1992, muitas igrejas foram tomadas pelo governo e transformadas em quartéis. A Igreja de Santa Maria também foi tomada e, depois da guerra, foi entregue novamente para a Igreja, mas em ruínas.
Cristãos corajosos
Para Dom Luis Fernando Lisboa, é necessário “ter muita coragem para ser cristão e para servir a Igreja” nesta região de Namuno, pois “as lideranças têm que andar 20, 40, 50 quilômetros para ir a uma formação. E tudo o que levam é uma mandioca seca para comer pelo caminho”.
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Trata-se de uma comunidade muito pobre, onde não há eletricidade ou água encanada, mais de 80% da população é analfabeta, há uma bicicleta para cada 3 famílias e a expectativa de vida é de apenas 58 anos.
Além disso, desde outubro de 2017, um grupo terrorista está atacando a região, já tendo assassinado mais de 100 pessoas, indiscriminadamente, e ainda não se sabe ao certo quais as razões deste grupo.
“Morreram cristãos, muçulmanos e pessoas de religiões tradicionais. Mas nenhum missionário deixou a região, a Igreja está presente”, afirmou o bispo brasileiro.
Por isso, considera que a recuperação da Igreja de Santa Maria será motivo de reavivar a esperança da comunidade. Nesse sentido, a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre já se comprometeu a auxiliar na recuperação do templo e outras obras na comunidade com uma ajuda de R$ 105 mil.
Para Dom Luis Fernando Lisboa, que sonha com a recuperação da Igreja, a realização desse projeto seria “como um milagre de Natal”.
Para colaborar com este e outros projetos da Fundação ACN, basta acessar: https://www.acn.org.br/doacao/.
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— ACI Digital (@acidigital) 7 de junho de 2018