BRASILIA, 27 de jul de 2005 às 16:34
A Conferência Episcopal de Bispos do Brasil (CNBB) condenou a revisão da lei do aborto, que procura a sua descriminalização, ao tempo que afirmou ser sua postura a do “pleno respeito à dignidade da vida do ser humano, sem importar o estágio de desnvolvimento ou a condição em que se encontre". Quer dizer, o aborto é condenado em qualquer circunstância.
Durante os trabalhos da comissão da CNBB que trata do assunto, o Bispo auxiliar de São Paulo e Secretário Geral da CNBB, Dom Odilio Scherer considerou tendencioso pensar apenas na mulher no debate de descriminalização do aborto.
Segundo declarações à Folha de São Paulo, o Bispo do Jundiai (SP) Dom Amaury Castanho, disse que a CNBB defende “a cultura de vida e não a de morte. Propor a descriminalização do aborto é uma atitude lamentável e de incentivo à cultura de morte”, afirmou.
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Considerou que com a mudança de gestão no Ministério de Saúde –saída do Humberto Costa e entrada de Saraiva Felipe--, dificilmente será encaminhada a portaria que visa a descriminalização do aborto. “Esperamos que o ministro avalie os resultados desta comissão de maneira criteriosa e que não ceda às pressões de grupos feministas”.
Ao assumir a pasta, o ministro Saraiva Felipe suspendeu vários projetos editados por seu predecessor, entre eles aquele que permitia que o aborto fosse realizado sem apresentação do boletim de ocorrência correspondente.
O Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Antonio Augusto Dias Duarte, tem uma postura semelhante. Sendo ele mesmo médico pediatra, afirma estar “duplamente” contra o aborto e a sua descriminalização. “Não importa se for uma semana de gestação, ou se forem 12 ou 20 semanas. A vida é inviolável desde a concepção”, afirmou referindo-se ao prazo de 12 semanas previsto na proposta do ante-projeto de descriminalização do aborto.