Vaticano, 28 de dez de 2018 às 09:30
Pela primeira vez na história, o Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano emitiu uma sentença que condena a lavagem de dinheiro.
Segundou informou a Sala de Imprensa da Santa Sé em 27 de dezembro, "é a primeira vez que na jurisdição vaticana é aplicada a pena prevista no artigo 421-bis do Código Penal" reformado em 2013.
No último dia 17 de dezembro, o empresário italiano Angelo Proietti foi condenado a dois anos e seis meses de prisão.
Proietti tinha uma conta bancária no Instituto para as Obras da Religião (IOR), mais conhecido como "Banco do Vaticano". Esta conta tinha mais de um milhão de euros e tinha sido confiscada pela Autoridade de Informação Financeira (AIF) em 2014.
A investigação, que deu origem ao processo, é fruto da colaboração profícua entre o Gabinete do Promotor de Justiça, a Autoridade de Informação Financeira (AIF), a Gendarmaria Vaticana e o Estado Italiano.
Esta decisão do Tribunal Vaticano é de grande importância “na ótica do sistema de prevenção da lavagem de dinheiro e no combate do financiamento do terrorismo desenvolvido pelo Vaticano nos últimos anos”, assinala nota do Vaticano.
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O caso de Proietti foi a primeira apreensão preventiva de uma conta no "Banco do Vaticano". No relatório do Comitê do Conselho da Europa Moneyval em 8 de dezembro de 2017 já aparecia embora sem indicar o nome. O número 13 indicava "uma companhia italiana, comprometida na reestruturação de imóveis, de um empresário italiano que tinha uma conta no IOR".
Este caso foi denunciado em 2013 pela AIF ao promotor de Justiça e à unidade de informação do Banco da Itália. Isso permitiu que as autoridades italianas prendessem o empresário por falso pedido de concordata e condená-lo a três anos e três meses de prisão.
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— ACI Digital (@acidigital) 23 de maio de 2018