Oito colégios e cerca de trinta professores de Buenos Aires (Argentina) expressaram seu apoio ao Colégio Santa Marta, da Província de Salta, que foi multada por cometer um suposto ato de discriminação contra quatro estudantes do estabelecimento.

O Colégio Santa Marta (Salta) está sendo "submetido neste momento a um verdadeiro linchamento midiático, judicial e político, por aqueles que defendem o totalitarismo de gênero, violando os direitos à liberdade de educação, liberdade de contrato e liberdade civil em assuntos religiosos", manifestaram.

"Os ataques reiterados que centros educacionais privados vêm sofrendo por parte do chamado 'coletivo LGBT' nos mostram a mentalidade totalitária dos seus ativistas e da ideologia de gênero", acrescentaram.

Em setembro de 2018, o aluno do quarto ano do Colégio Santa Marta, Santiago Coraita, foi advertido por um professor por usar uma pulseira do coletivo LGBT e foi obrigado a retirá-la.

O aluno se recusou e foi mandado para a direção da escola. Segundo a versão do pai, o jovem foi questionado "sobre assuntos muito pessoais", disse ao jornal La Gaceta de Salta.

Depois deste episódio, alguns companheiros em solidariedade ao jovem divulgaram uma foto nas redes sociais na qual estavam com o antebraço pintado com as cores LGBT e faziam gestos obscenos.

Por meio de um comunicado, o Colégio Santa Marta explicou que Santiago Coraita "manifestou livremente a sua identidade de gênero", foi respeitado e acompanhado como se faz com todos os alunos. Quanto à pulseira que ele usava, foi aberta uma exceção no regimento interno do colégio e ele pôde usá-la até o último dia de aula.

O estabelecimento disse que os quatro companheiros de Coraita cometeram uma "falta grave contra a instituição, ao publicar nas redes uma foto fazendo gesto obsceno junto ao escudo do colégio e, portanto, contra os princípios institucionais. Foi uma grande falta de respeito já que a foto foi tirada nas instalações do colégio e divulgada nas redes durante o horário escolar".

A escola procedeu com as advertências necessárias e com a notificação aos pais e responsáveis ​​dos alunos "que reconheceram a gravidade dos fatos e aceitaram a sanção aplicada", ou seja, a não renovação da matrícula para o seguinte ano letivo.

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No entanto, em meados de dezembro, a Secretaria da Educação, Ciência e Tecnologia de Salta multou o Colégio Santa Marta por cometer o que considerou ser "um ato de discriminação" contra Santiago Coraita.

Consequentemente, o colégio deverá implementar um programa de formação em direitos humanos "com ênfase especial no princípio de igualdade e não discriminação dirigido aos diretores, funcionários da administração, tutores e professores".

Além disso, a secretaria provincial exigiu que a escola permita a renovação da matrícula dos quatro estudantes e a obrigou a pagar uma multa de dez vezes a mensalidade paga por aluno, ou seja, mais de 170.000 pesos argentinos (cerca de US $ 4.460).

"As escolas públicas de administração privada têm princípios e valores institucionais de convivência que devem ser respeitados pelos alunos", manifestaram as escolas e professores em apoio ao estabelecimento de Salta.

"Os pais escolhem de forma livre e sem nenhuma coação que seus filhos estudem em um colégio particular e sabem de antemão qual deve ser a conduta dos seus filhos em relação aos valores e símbolos da escola escolhida, assim, não podem acusar o estabelecimento de discriminação injusta por advertir e/ou não matricular os seus filhos para o próximo ano letivo quando estes cometeram uma falta muito grave", indicaram.

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