Abuja, 7 de jan de 2019 às 16:00
"Graças às suas orações e de outras pessoas ao redor do mundo, fomos entregues ao nosso superior", disse Padre Cajetan Apeh, sacerdote que foi sequestrado na Nigéria na véspera de Natal.
O sacerdote compartilhou sua experiência de quatro dias em cativeiro na Missa de 1º de janeiro, Solenidade de Maria Mãe de Deus, celebrada na Igreja Católica de São José, na cidade de Enugu Ezike.
Pe. Apeh foi ordenado sacerdote em 11 de agosto de 2018 e designado para a paróquia de Santa Teresa, em Anam, segundo a Vanguard Nigeria.
Em 24 de dezembro, ele e o pároco da igreja voltavam após recolher alguns itens para a preparação da visita de Natal do Cardeal Francis Arinze, quando foram cercados por quatro pastores da etnia Fulani.
"Quando voltávamos, de repente paramos em uma parte muito ruim da estrada para Anam. Um pastor Fulani armado com um fuzil AK-47 pulou do meio dos arbustos e apontou a arma para nós, ameaçando atirar se não parássemos. Foi realmente uma emboscada", disse.
Os presbíteros inicialmente pensaram que era um assalto, mas logo perceberam que era um sequestro.
"Depois de procurar e levar todos os nossos pertences, incluindo alguns pedaços de rabanada, eles nos levaram para uma área de arbustos onde nos deram metade da rabanada que nos tiraram e que nos serviu de alimento pelos quatro dias até a nossa libertação e entrega ao nosso superior, que dirigiu de Enugu para Anam por instrução dos pastores", relatou Pe. Apeh.
O sacerdote assinalou que eles sobreviveram nestes dias com pouquíssima comida e água. Estavam proibidos de falar, recebiam pouca água durante o dia e não tinham roupas para o frio.
Na segunda noite, os padres tremiam por causa das baixas temperaturas, então "um deles (os sequestradores) fez uma fogueira para nos manter aquecidos".
Além disso, durante os dias em cativeiro, não puderam se levantar, apenas quando tinham a permissão para relaxar, pois só lhes permitiam ficar deitados ou sentados.
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No dia 26 de dezembro, a saúde do pároco piorou. Os pastores não o deixaram tomar remédio, a pressão arterial subiu e ele começou a se sentir fraco.
Os homens se comunicaram com as autoridades dos sequestrados a fim de pedir dinheiro por seu resgate.
"Eles pediram nossos números de conta bancária e dissemos a eles que não tínhamos contas bancárias pessoais, que tudo pertencia à Igreja. Eles me perguntaram se eu era casado e disse não, porque sou padre católico", recordou Pe. Apeh.
"Disseram que se eu fosse casado, minha esposa ou membros da minha família teriam telefonado e corrido para pedir um resgate", acrescentou.
Várias autoridades do Estado de Anambra, entre elas a Força Móvel da Polícia e o Esquadrão Especial Federal contra o Roubo, participaram de uma intensa busca pelos sacerdotes.
Como resultado das operações conjuntas, os sequestradores foram forçados a libertá-los em 27 de dezembro. Pe. Apeh assegurou que a oração foi um fator importante para a sua libertação.
"Graças às suas orações e de outras pessoas ao redor do mundo, fomos entregues ao nosso superior, que viajou de Enugu para Anam, sem a companhia de nenhum policial ou agente de segurança", disse.
Confira também:
Libertam quatro sacerdotes que foram sequestrados na Nigéria https://t.co/ps8CMcyc3P
— ACI Digital (@acidigital) 13 de novembro de 2018