NOVA IORQUE, 8 de jan de 2019 às 17:00
Ex-funcionárias da multinacional abortista Planned Parenthood Federation of America (IPPF) denunciaram que sofreram discriminação no trabalho quando engravidaram.
Com diferentes cargos e de diversas unidades da IPPF nos Estados Unidos, as ex-funcionárias compartilharam com New York Times suas experiências difíceis, enquanto trabalhavam para a empresa, a qual diz oferecer o serviço de pré-natal para as mulheres, mas promove o aborto em nível nacional e internacional e atualmente está envolvida em uma investigação por tráfico de órgãos de fetos abortados.
Ta'Lisa Hairston, que trabalhou como assistente médica da Planned Parenthood em Nova York, sofreu de hipertensão arterial após a gravidez e, portanto, precisava de mais intervalos durante o trabalho. No entanto, seus supervisores ignoraram as recomendações dos enfermeiros que solicitaram mais descanso e pausas durante a jornada de trabalho.
"Eu tinha que segurar as lágrimas quando conversava com mulheres grávidas e dizia-lhes para cuidarem de suas gestações, quando eu mesma não conseguia cuidar da minha. Isso me deixava com ciúmes", disse ao New York Times.
Hairston pediu demissão da Planned Parenthood em junho de 2018, depois de longas jornadas e poucos descansos, o que lhe provocou inchaço e complicações tão graves que teve que fazer uma cesáreana de emergência com 34 semanas de gravidez.
"Eu não entrei na área da medicina para ser tratada assim", lamentou a mulher.
Outra ex-funcionária da Planned Parenthood, que pediu anonimato, denunciou uma experiência parecida com a da Hairston. Seus diretores ignoraram as recomendações médicas que pediam intervalos mais frequentes e pediram que ela interrompesse a licença maternidade.
Além disso, duas ex-funcionárias revelaram que foram demitidas da Planned Parenthood logo após o parto.
Uma ex-gerente de contratações da Califórnia, que também pediu anonimato, disse ao New York Times que, quando trabalhava na Planned Parenthood, os supervisores discutiam descaradamente se as candidatas a cargos ou promoções poderiam engravidar.
Ela observou que muitas vezes as candidatas com maior potencial para engravidar eram rejeitadas, apesar da Lei Federal sobre Discriminação da Gravidez proibir tais práticas.
De acordo com New York Times, dos 55 escritórios regionais da Planned Parenthood (que supervisionam as clínicas locais), apenas seis oferecem licença maternidade com pagamento regular.
Cerca de 20 escritórios permitem a condição de incapacidade de curto prazo, a fim de cobrir a licença maternidade, e, neste caso, o empregador recebe uma parte de seu salário enquanto está de licença. Os funcionários da matriz da Planned Parenthood, localizada em Nova York, recebem uma licença maternidade remunerada de seis semanas.
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Christine Charbonneau, diretora do escritório regional da Planned Parenthood em Seattle, alegou dificuldade financeira para conceder licença maternidade remunerada.
Enquanto alguns estados cortaram o financiamento do governo para a Planned Parenthood nos últimos anos, o financiamento do governo para a empresa permanece relativamente estável. Em agosto, o Senado rejeitou uma lei que bloquearia os fundos federais para a Planned Parenthood.
Segundo um relatório de 2018, o financiamento dos contribuintes desta empresa aumentou em 61% na última década, de 336,7 milhões de dólares em 2006 para 543,7 milhões em 2016.
Apesar dos esforços de desembolso dos fundos, a organização recebeu apenas 2% a menos dos impostos em 2016 do que em 2015. Os reembolsos e subsídios para os serviços de saúde do governo (“Government Health Services Reimbursements & Grants”) foram a maior fonte de financiamento para a Planned Parenthood em 2016-2017, fornecendo 37% da renda da organização.
Funcionários atuais e antigos da Planned Parenthood na Flórida disseram a New York Times que, independentemente das políticas oficiais, prevalece na organização uma cultura geral de desestímulo à gravidez entre o pessoal. Os colegas costumavam anunciar no trabalho que "eles não planejavam ter filhos ou eram homossexuais ou solteiros". As funcionárias grávidas que solicitavam pausas ou tratamento especial eram consideradas preguiçosas e sem compromisso.
Vários porta-vozes da Planned Parenthood negaram qualquer tipo de discriminação dentro da empresa, diz o relatório de New York Times. "Todas as pessoas identificadas no artigo foram tratadas de forma justa e equitativa, sem discriminação", assegurou Vincent Russell, diretor da Planned Parenthood Hawthorne (Nova York).
O New York Times apontou que muitas das ex-funcionárias entrevistadas esperavam que o artigo pudesse estimular a mudança e abordar a falta de licença maternidade remunerada pela empresa.
"É como se eles te estimassem menos por ficar grávida", disse Carolina Delgado, que trabalhou na Planned Parenthood Flórida. "Eu acho que os supervisores não precisavam nem falar isso literalmente para que pudéssemos sentir", disse.
Confira também:
Obrigam esportistas espanholas a assinar “cláusulas anti-gravidez” https://t.co/MlhMsgT0lZ
— ACI Digital (@acidigital) 2 de dezembro de 2016