O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Padre Manuel Barbosa, expressou que há uma “disponibilidade ativa” dos bispos do país para escutar possíveis vítimas de abusos por parte de membros do clero.

A declaração foi feita no último dia 8 de janeiro à imprensa após a reunião do Conselho Permanente da CEP.

“Cada bispo está disponível e sempre esteve para acolher e escutar possíveis vítimas. As que são conhecidas já escutaram esses casos. O presidente da CEP fará eco dessa escuta”, afirmou o porta-voz.

Segundo ele, “não está previsto” que seja realizada uma investigação nacional sobre possíveis casos de abusos. Cada caso, explicou, é da “competência de cada diocese”, sendo assim, “a Conferência Episcopal não faz uma compilação” nacional.

Nesse sentido, Pe. Barbosa defendeu a “transparência, prevenção e investigação” de cada caso e que sejam levados “seriamente os processos até ao fim”.

O sacerdote também se referiu ao encontro convocado pelo Papa Francisco com os presidentes das conferências episcopais de todo o mundo sobre “a proteção de menores na Igreja”, que acontecerá no Vaticano de 21 a 24 de fevereiro.

“Esperamos por este encontro em que o Papa pediu a todos os presidentes das conferências para se reunirem para abordarem e continuarem a enfrentar com todo o rigor este assunto que é gravíssimo e que é preciso extirpar da nossa vida social e da própria Igreja”, disse.

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Por ocasião deste encontro, a sua Comissão Organizadora enviou uma carta aos participantes, na qual exorta “todos os presidentes das Conferências Episcopais para buscarem e encontrarem as vítimas sobreviventes aos abusos sexuais por parte do clero em seus respectivos países, antes do encontro em Roma, para realmente entender o sofrimento que suportaram”.

Esta carta está acompanhada por um questionário que pretender ser “uma ferramenta para que todos os participantes do encontro em fevereiro expressem suas opiniões de modo construtivo e crítico, a medida que progredimos na identificação de onde se necessita de ajuda para levar adiante reformas agora e no futuro, e para nos ajudarmos a ter uma visão completa da situação na Igreja”.

Sobre esta questão, Pe. Manuel Barbosa reiterou a “disponibilidade para escutar, com abertura e transparência, possíveis vítimas”, seguindo diretrizes publicadas pela Conferência Episcopal Portuguesa em 2012. Afirmou ainda que isso depende do “bispo diocesano” e “naturalmente o presidente da conferência terá isso em conta”.

Desse modo, o sacerdote pediu que “esperemos pelo encontro de fevereiro, onde haverá certamente orientações” e afirmou que na Assembleia da CEP, que acontecerá de 29 de abril a 2 de maio, “é normal que esse encontro seja abordado”.

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