MADRI, 11 de jan de 2019 às 11:03
No dia 23 de março, na Catedral de Tarragona (Espanha), será beatificado Mariano Mullerat, leigo assassinado durante a Guerra Civil Espanhola.
A cerimônia será presidida pelo Cardeal Angelo Becciu, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos; e será a primeira beatificação a ser celebrada nesta catedral.
Por ocasião desta importante celebração, a Arquidiocese de Tarragona lançou um site que fornece informações sobre a vida e o martírio deste servo de Deus.
Breve biografia
Mariano Mullerat nasceu na cidade de Santa Coloma de Queralt, em Tarragona, em 1897. Estudou medicina na Universidade de Barcelona e se "destacou por sua dedicação, profissão e defesa da fé".
Ele se casou em 1922 com Dolors Sans i Bové, na cidade de Arbeca, província de Lérida, pertencente à Diocese de Tarragona. Teve cinco filhas, trabalhava como médico em cidades próximas, participava do Apostolado da Oração e incentivava os doente em estado grave a receberem os sacramentos, atendia aos mais necessitados de forma gratuita e os ajudava com meios materiais.
Fundou e dirigiu um jornal local em Catalão "L'Escut" e foi eleito prefeito de Arbeca em 1924, tendo permanecido no cargo até 1939. A sua eleição não foi motivada por filiação a partidos políticos, mas pelo respeito e prestígio que tinha entre os habitantes.
Em 1921, a Segunda República foi proclamada. Mullerat era ciente do perigo que estava enfrentando por causa do catolicismo que professava na esfera pessoal e profissional. Portanto, de acordo com sua biografia oficial, "ele estava se preparando para o que pressentia que ia acontecer com ele e, desde que a perseguição estourou, arriscou sua vida e ficou generosamente ao lado de seus pacientes".
Também pediu a sua esposa para perdoar os perseguidores, assim como ele os perdoava. Milicianos republicanos entraram violentamente em sua casa e, antes de forçá-lo a sair, jogaram os objetos religiosos pela sacada e colocaram fogo.
Depois, enquanto Mullerat estava preso, os milicianos voltaram à sua casa e forçaram a sua esposa e seu sogro a queimarem todas as imagens religiosas que sobraram.
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Durante o tempo em que Mullerat esteve preso, curou um dos seus agressores que se feriu acidentalmente. Ele também prescreveu remédio para o filho doente de um dos milicianos que o manteve preso.
Quando já estava no caminhão em direção ao local de sua morte, escreveu em um papel o nome de todos os pacientes que esperavam a sua visita e pediu que entregassem a lista para um médico de um povoado próximo para que ele pudesse substituí-lo no atendimento.
Foi fuzilado, sem julgamento ou defesa, em 13 de agosto de 1936, em um lugar chamado "El Pla", a três quilômetros de Arbeca, junto com outras pessoas.
Segundo sua biografia oficial, "acredita-se que o servo de Deus voltou a exortar os outros presos a orarem. Uma pessoa que passava por aquele lugar ouviu-o dizer estas palavras: ‘Em tuas mãos, Senhor, encomendo o meu espírito’".
Antes de matá-lo, bateram no seu rosto com uma enxada, quebrando todos os seus dentes.
Depois de atirar nele, e quando alguns de seus companheiros ainda estavam vivos, lançaram gasolina sobre eles e os incendiaram.
Os parentes do falecido reuniram alguns dos restos carbonizados e, em 1940, colocaram as cinzas misturadas em um monumento em forma de cruz que ainda está em "el Pla".
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— ACI Digital (@acidigital) 10 de novembro de 2018