O Papa Francisco se expressou assombrado pelo “o derramamento de sangue” na Venezuela e exortou que governo e oposição cheguem a uma solução justa e pacífica para a crise política e humanitária que açoita ao país.

“O que mais me assombra? O derramamento de sangue. E aí também peço grandeza para ajudar os que podem ajudar a resolver o problema”, disse o Santo Padre coletiva de imprensa a bordo do avião que o levou do Panamá a Roma depois da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que presidiu no país centro-americano.

As declarações do Papa foram dadas depois que se registraram 29 mortos nos recentes protestos contra a repressão do Governo de Nicolás Maduro.

“O problema da violência, me aterra. depois de todo o esforço feito na Colômbia, o que passou na escola de cadetes o outro dia foi terrível. Não é solução o derramamento de sangue. Por isso tenho que ser…eu não gosto da palavra ‘equilibrado’. Tenho que ser pastor de todos, a saber. E se necessitarem ajuda, de comum acordo, peçam-na. Isso é o que penso”, indicou.

No domingo, logo após rezar o Ângelus no lar O Bom Samaritano, o Papa havia dito: “Aqui no Panamá pensei muito no povo venezuelano, ao qual me sinto particularmente unido nestes dias diante da grave situação que atravessa”.

“Peço ao Senhor que se busque e se obtenha uma solução justa e pacífica para superar a crise, respeitando os direitos humanos e desejando exclusivamente o bem de todos os habitantes do país. Convido-vos a rezar pondo a Venezuela sob o amparo de Nossa Senhora de Coromoto, Padroeira da Venezuela”, acrescentou.

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Durante o voo de regresso a Roma, lhe perguntaram se reconhece Juan Guaidó como presidente. Este último, em 23 de janeiro se autoproclamou presidente interino da Venezuela e sua autoridade foi reconhecida por países como Estados Unidos, Brasil e Israel.

O Pontífice disse: “Eu apoio neste momento todo o povo venezuelano porque é um povo que está sofrendo. Tanto os que estão de uma parte como os da outra. Todo o povo sofre. E se eu entrasse no tema ‘ouçam estes países ou ouçam estes outros países que dizem isto’, entraria em um papel que não conheço. Seria uma imprudência pastoral de minha parte e faria mal”.

Sobre o que disse no domingo depois do Ângelus, Francisco explicou que nessas palavras “eu pensei, repensei, e acredito que com isto expressei minha proximidade, aquilo que sinto. Eu sofro pelo que está ocorrendo na Venezuela neste momento. E por isso desejo que as duas partes cheguem a um acordo”.

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