MOSSUL, 29 de jan de 2019 às 15:00
O novo Arcebispo de Mossul, a cidade devastada pelo Estado Islâmico (ISIS) no Iraque, se tornou um novo sinal de esperança para os católicos do país, que aos poucos voltam aos seus lares após a perseguição da qual foram vítimas nos últimos anos.
No dia 25 de janeiro, o novo Arcebispo caldeu (católico) de Mossul, Dom Najib Mikhael Moussa, assumiu seu novo cargo na Igreja de São Paulo, localizada na zona leste da cidade.
“Hoje, venho a Mossul guiado por nosso pai o Patriarca (Louis Raphael Sako), para sentar-me aqui. Mas, acreditem, não vim me sentar. Vou estar de pé, vou trabalhar e sustentar suas mãos, porque temos que trabalhar todos juntos”, disse o Prelado que sucede Dom Amel Shamon Nona.
Diante de uma grande quantidade de fiéis, Dom Najib Mikhael Moussa pediu “a Deus que dê a Mossul, depois de ter sofrido todo tipo de sofrimento e destruição, um novo e saudável nascimento, um nascimento normal, não por cesárea”.
“Portanto, incentivo os cristãos a voltar, a comunicar-se e trabalhar pela construção da paz comum”, acrescentou.
“Hoje, precisamos de vozes positivas, vozes de bondade. Não precisamos de discursos escuros e insultantes que impedem as formas humanas de amor. Hoje, nosso discurso é de amor e paz e dar as mãos para cooperar com os demais. A cidade de Mossul, como o restante das cidades do Iraque, definitivamente necessita de trabalhadores e pastores para servi-la e não para explorá-la ou controlá-la por mestres”, ressaltou o novo Arcebispo de Mossul.
Por sua vez, Dom Habib Hurmuz, Arcebispo caldeu (católico) no sul do Iraque, comentou que existe “uma tendência da Igreja caldeia ao ter um novo arcebispo, de que participe no reavivamento da esperança para as pessoas, não somente cristãos, mas para a moral em geral. Apesar de ser uma cidade desastre, a vida sempre é mais forte do que a morte”.
Por outro lado, segundo informa a agência vaticana Fides, o Patriarca Sako afirmou que “os frutos do trabalho de um bispo dependem da unidade de sua diocese, pois o pastor está a serviço de todos”.
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Consciente das dificuldades da devastada Diocese de Mossul, o Patriarca assegurou que confia que os fiéis “possam aprofundar na alegria da libertação e aumentar a esperança de regressar para regenerar a confiança e a convivência entre os diferentes componentes da sociedade”.
“Mossul é única por sua sociedade multicultural e diversificada. Do mesmo modo, a Igrejas os cristãos, em concreto em Mossul, contribuíram para a história desta cidade em nível nacional, cultural e profissional”, explicou o Patriarca.
“Deus abençoe Mossul com um ‘novo nascimento’”, concluiu.
A cidade de Mossul, arrasada pela ISIS desde 2014 e libertada em 2017, luta para voltar à situação anterior à ocupação dos jihadistas. Neste contexto, os cristãos estão vivendo a parte mais difícil. Seu esperado regresso ocorre de forma mais lenta do que o esperado.
Nos últimos dias, meios de comunicação iraquianos como ankawa.com, documentaram a degradação da parte da cidade habitada em outros anos pelos cristãos, uma região onde só há escombros e que se tornaram autênticos lixões.
Confira também:
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— ACI Digital (@acidigital) 4 de janeiro de 2019