Vaticano, 30 de jan de 2019 às 17:00
Padre Hermann Geissler, funcionário da Congregação para a Doutrina da Fé há 25 anos, apresentou na segunda-feira, 28 de janeiro, sua renúncia ao serviço neste dicastério após ser acusado de assédio pela ex-religiosa alemã Doris Wagner. Ele nega as acusações.
Segundo um comunicado divulgado pela Congregação para a Doutrina da Fé, "em 28 de janeiro de 2019, Pe. Hermann Geissler pediu ao Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé para deixar o seu serviço. O prefeito acolheu este pedido".
"Pe. Geissler fez esse passo a fim de limitar o dano causado à Congregação e sua comunidade. Reitera que a acusação contra ele não é verdadeira e pede para que seja continuado o processo canônico já iniciado. Reserva-se também eventuais medidas de natureza jurídica", assinala o comunicado.
Doris Wagner se destacou pela sua beligerância contra a hierarquia da Igreja e contra as congregações religiosas. Através de seu ativismo, pretende se tornar uma defensora das mulheres e das vítimas de abuso, apesar de já ter sofrido algum revés judicial.
A campanha de Doris Wagner contra a Igreja começou em 2008, quando ainda era religiosa e teve um breve relacionamento com um sacerdote. Em outubro de 2011, Wagner deixou a sua comunidade religiosa.
A partir de 2012, começou a acusar as estruturas da Igreja de promover e ocultar os abusos. Naquele ano, iniciou um novo relacionamento com um sacerdote suspenso "a divinis", Philipp Reisinger, com quem tem um filho e é casada no civil.
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Além disso, nesse mesmo ano fez uma denúncia de estupro contra um sacerdote com quem mantinha relações desde 2008. Entretanto, os tribunais da Alemanha e da Áustria concluíram que houve consentimento na relação e rejeitaram a acusação.
Em declarações recentes, disse que "a moral sexual da Igreja é um absurdo" e defendeu a abolição da hierarquia da Igreja. Ela também assegurou que "a Igreja se tornou um covil de bandidos, um lugar do qual é melhor se afastar”.
Depois de seu fracasso judicial, Doris Wagner inicou esta nova campanha contra Pe. Hermann Geissler, ao qual acusa de assédio no confessionário.
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— ACI Digital (@acidigital) 29 de janeiro de 2019