Dois jovens que se apaixonam, começam a namorar e, logo após, a menina engravida; este pode parecer um roteiro de mais uma história juvenil, mas no livro ‘As 24 horas de Anna Beatriz’, o jornalista Maxwell dos Santos vai além e traz à tona também a questão da anencefalia, a discussão do aborto e mostra a grandeza do amor materno.

Com uma mensagem pró-vida, e-book juvenil ‘As 24 horas de Anna Beatriz’ foi lançado em 2012, logo depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 54, a qual levou à permissão do aborto de feto anencefálico.

Segundo Maxwell, esta obra surgiu de sua “indignação” com este resultado. Agora, o livro está sendo relançado neste ano, quando o tema do aborto se encontra novamente pendente de julgamento no STF com a ADPF 442, apresentada pelo PSOL e que propõe a descriminalização desta prática até a 12ª semana de gestação.

A publicação conta a história de Anna Júlia, uma jovem sonhadora que engravida do namorado Marco Antônio. Em meio aos muitos desafios e ansiedades que chegam junto com a decisão de assumir uma gestação na adolescência, os dois ainda se confrontam com um dilema maior e mais doloroso, quando descobrem que o bebê, que se chamará Anna Beatriz, tem anencefalia.

O autor explica que “o objetivo desta obra é mostrar a grandeza do amor materno, mesmo quando a criança é deficiente, a despeito de uns e outros dizerem que o amor materno não passa de um mito, uma mera construção social”.

“Além disso – assinala –, pretendo demonstrar como uma situação adversa pode amadurecer as pessoas e como o sofrimento pode torna-las mais humanas”.

Conforme observa o autor, “infelizmente, vivemos numa sociedade egoísta e utilitarista, que tende a valorizar os ditos capazes e descarta aqueles que não correspondem às suas expectativas”.

Ele ressalta ainda que “a defesa da vida e, por conseguinte, meu repúdio à descriminalização do aborto de anencéfalos não é uma questão religiosa. Trata-se de uma questão humanitária, pautada no direito natural à vida”.

Nesta nova edição de 2019, o livro conta com prefácio da jornalista Kellen Reis, que teve uma filha com anencefalia, a Maria Eduarda.

No seu texto, afirma que “a experiência de ter sido mãe de um bebê sem perspectivas de sobreviver e saber disso durante a gestação, me fez entender que a vida é divina, que ser mãe é divino, e que respeitar a vida deveria ser tão natural quanto beber água ou amarrar o cadarço do tênis. Que não deveria ser necessária uma legislação para isso”.

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“Minha primogênita nasceu com anencefalia e viveu poucos dias, mas o suficiente para me transformar e dar forças para ajudar outras famílias a enfrentar a mesma situação, a mostrar que é possível”, conta.

A obra possui ainda apresentação de Padre Adenilson Antônio Schimidt, mestre em Teologia Moral pela Academia Alfonsiana – Instituto de Teologia Moral da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma.

“Um sentimento que tive ao ler o presente ensaio, que trata de uma questão tão importante na luta pela dignidade da pessoa, ou seja, da defesa da vida dos inocentes acometidos pela anencefalia, foi a de que precisamos entender melhor as nuances que regem, tanto o estado da gestante, como o direito à vida do feto”, diz o sacerdote.

Assim, observa, “não desconsidero a situação dolorosa da gestante que carrega no ventre um filho anencéfalo, mas o sofrimento, por si, não ofende a dignidade de ninguém, ao contrário, a realização do aborto, isso sim, ofende tanto a dignidade da mãe, como da pessoa inocente que ela carrega no seu ventre”.

“A ética da vida e da justiça não permitem exceções”, afirma e acrescenta que “tantos os fetos anencéfalos, como os demais seres adultos, jovens ou idosos inocentes e frágeis, jamais poderão ser violentados, descartados ou terem os seus direitos fundamentais, em especial, o de viver, desrespeitados”.

O livro “As 24 horas de Anna Beatriz” pode ser acessado em http://bit.ly/24horasdeannabeatriz.

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