Lima, 19 de fev de 2019 às 07:00
Um jovem catequista de 18 anos foi vítima da delinquência e, depois de falecer, salvou 6 vidas com a doação de seus órgãos no Peru.
Ángel Mateo Mendoza morreu depois ser baleado na cabeça dentro de um ônibus no distrito de San Juan de Miraflores, no sul da cidade de Lima.
As câmeras de segurança mostraram o momento em que os supostos criminosos fugiram depois de tentar um assalto, momento no qual poderia ter ocorrido o disparo.
De acordo com a imprensa local, o jovem morreu depois de permanecer três dias internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Rebagliati.
Em declarações à América TV, o pai do jovem, Jhon Patrick Mateo Rucana, afirmou que seu filho "é uma bênção de Deus. Não tinha nada de mau, era uma pessoa excelente, um excelente amigo, excelente tudo".
"Ele tinha dito: Por que as pessoas não doam seus órgãos para salvar vidas, porque a vida é bela. Estamos no hospital e fizemos isso, doamos os órgãos dele", explicou. A família cumpriu a vontade do jovem e, portanto, pôde salvar a vida de seis pessoas, incluindo um bebê de oito meses.
Após a notícia da morte de Ángel, Pe. César Valdivia, da Paróquia de São Ricardo, no distrito de La Victoria, compartilhou um testemunho emocionante sobre o jovem.
“Desta vez, coube a mim ver o trabalho de outros, conheci um bom fruto, um jovem, recebi uma colheita. Você o conhece, era Ángel, seu discípulo, seu pequeno, nosso pequeno. Você me compreende. Sempre o acompanhei com o olhar e minhas orações. Conversava com ele. Esteve perto quando precisava. Extraia-lhe brilho como quando alguém encontra uma maça no mercado e quer melhorar ainda mais. Era meu trabalho somar-lhe mais perfeição”, escreveu o sacerdote em sua conta de Facebook.
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“Aluno notável, companheiro generoso, cristão prestativo, acólito, catequista de Primeira Comunhão. Que, segundo me disse um dia, queria dedicar sua vida a ‘ensinar a fé aos demais’. Eu acreditei nele e renovei minha piedade. Você, Jesus, permitiu que fosse atingido por um disparo fruto da violência nas ruas e o levou. Seus órgãos ainda vivos foram doados, fruto de sua generosa vontade. Um fruto maduro, pronto para a colheita”, prosseguiu o sacerdote.
“Antes pensava, Senhor, que semear era o mais difícil, o que mais custava, mas nem sempre é assim. Às vezes, quando vem logo para colher seus filhos que já estão prontos, é difícil. Nós, os semeadores, os trabalhadores da vinha, ficamos quebrados. Hoje, aprendi a sofrer na colheita. Pensei que as colheitas só davam alegria. Eu me enganei. Obrigado, Senhor, por continuar a me ensinar e peço-lhe com simplicidade que receba Ángel em sua glória. Você deu a sua vida por ele na cruz, não o esqueça”, concluiu.
O Catecismo da Igreja Católica estabelece no número 2296 o critério moral para a adequada doação e transplante de órgãos: “A transplantação de órgãos é conforme à lei moral se os perigos e riscos físicos e psíquicos, em que o doador incorre, forem proporcionados ao bem que se procura em favor do destinatário. A doação de órgãos após a morte é um ato nobre e meritório e deve ser encorajado como uma manifestação de generosa solidariedade”.
“Mas não é moralmente aceitável se o doador ou os seus representantes lhe não tiverem dado o seu consentimento expresso. Para além disso, e moralmente inadmissível provocar diretamente a mutilação que leve à invalidez ou à morte dum ser humano, ainda que isso se faça para retardar a morte de outras pessoas”.
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— ACI Digital (@acidigital) 7 de dezembro de 2015