NOVA IORQUE, 21 de fev de 2019 às 13:00
Quase um mês após a aprovação da nova lei do aborto em Nova York, que permite esta prática durante toda a gravidez e até mesmo deixar o bebê morrer caso sobreviva ao procedimento, o Arcebispo local, Cardeal Timothy Dolan, reiterou a promessa da Igreja de ajudar as mulheres grávidas, especialmente aquelas que estão passando por um momento difícil.
"Nós estamos comprometidos de forma muito entusiasta – e já estamos há meio século – em proporcionar às mulheres uma alternativa (ao aborto) que seja calorosa, acolhedora e que respeite a vida", disse o Cardeal no convento das Sisters of Life (Irmãs da Vida), em 18 de fevereiro em uma coletiva de imprensa em Nova York.
Após expressar sua preocupação com a lei aprovada pelo Senado de Nova York e promulgada pelo governador Andrew Cuomo, o Cardeal se dirigiu às gestantes e disse: "Estamos aqui. Nós amamos e recebemos vocês. Existe uma alternativa aqui sem importar seu estado civil, sua religião ou seu status migratório".
To any women facing a difficult pregnancy, know you are not alone. We love you and you are welcome. We would be honored to serve you in any of our facilities. Please give us a call. pic.twitter.com/uNqgZ3VCcG
— Cardinal Dolan (@CardinalDolan) 20 de fevereiro de 2019
"Estamos aqui para ajudar e todos os nossos serviços são confidenciais. Qualquer mulher que passe por uma gravidez complicada e se sinta tentada a fazer um aborto receberá uma recepção calorosa, ânimo e apoio carinhoso", indicou o Cardeal.
Brhane Love, uma mulher que desistiu do aborto em uma clínica da Planned Parenthood, compartilhou seu testemunho depois de receber ajuda das Sisters of Life: "Disseram-me que eu não estava sozinha e que elas me ajudariam. Amo a minha filha, ela mudou minha vida. Sou muito feliz", afirmou.
As Sisters of Life ajudaram quase 10 mil mulheres desde a sua fundação em 1991. Segundo National Review, Madre Agnes, superiora da comunidade, ajuda entre 600 e mil mulheres anualmente, um número que continua aumentando.
"Ao manifestar solidariedade radical com uma mulher durante uma gestação inesperada ou complicada, as irmãs e a mulher encontram um caminho que supera o medo, um caminho definido pelo apoio real, emocional e prático; para assim enfrentar com coragem e dignidade um momento difícil", afirmou a religiosa.
A lei do aborto de Nova York
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O Senado do Estado de Nova York (Estados Unidos) aprovou no dia 22 de janeiro uma nova lei do aborto que permite esta prática durante toda a gravidez.
A lei permite que profissionais de saúde, como técnicos de enfermagem e médicos assistentes, realizem abortos. Além disso, endossa o aborto tardio em qualquer momento em caso de inviabilidade fetal ou “quando for necessário para proteger a vida ou a saúde de um paciente”.
Se o bebê sobreviver ao aborto, o profissional que está realizando pode deixá-lo morrer.
A lei, aprovada no dia do aniversário da decisão Roe vs. Wade que legalizou o aborto nos Estados Unidos em 1973, também transfere esta prática do código penal para o código de saúde.
A norma estabelece que o aborto continuará sendo legal no estado de Nova York, mesmo se a Suprema Corte reverter a decisão Roe vs. Wade.
Se a Suprema Corte reverter a decisão de Roe vs. Wade, o que poderia ocorrer após a nomeação do juiz Brett Kavanaugh, a aprovação do aborto deixará de estar nas mãos do governo federal dos Estados Unidos, mas vai depender de cada estado.
Isso seria possível porque, ainda que se consiga reverter a sentença, isso não tornaria o aborto ilegal, dando a cada estado a possibilidade de decidir por si mesmo, como foi o caso de Nova York com a assinatura desta lei que permite o aborto em qualquer momento da gestação.
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— ACI Digital (@acidigital) 9 de fevereiro de 2019